MAIS UM IMBRÓGLIO NO ÔNIBUS
MAIS UM IMBRÓGLIO NO ÔNIBUS
Ônibus coletivo lotado (com coisa que seja novidade).
Um cidadão está com um celular ligado, ouvindo uma música religiosa, com o volume lá nas alturas; incomodando Deus e o diabo. A música tem um refrão mais ou menos assim: “Minha vitória tem sabor de mel”; “Minha vitória tem sabor de mel”; “Minha vitória tem sabor de mel”; “Minha vitória tem sabor de mel”; “Minha vitória tem sabor de mel”...
Venhamos e convenhamos: este refração, como qualquer outro, sendo repetitivo... é chato pra caramba!
Um gaito, parecendo educado, lá no fundo do ônibus, num tom audível, mesmo contra o refrão enjoativo; pede ao cidadão do celular:
- Por favor! Poderia abaixar o volume.
O ouvinte da “vitória tem sabor de mel” nem se digna a responder. Não dá a menor moral; e continua no mesmo volume.
Outro passageiro, também se sentindo incomodado, também pede educadamente:
- O senhor poderia abaixar o som deste celular.
O digníssimo cidadão faz de conta que não é com ele.
Os dois incomodados, é bom esclarecer, o segundo é um brutamontes, daqueles guarda-roupas de oito portas, se dirigem ao do celular. O primeiro vai logo esbravejando:
- Pelo visto você é “crente”. Pois vá ouvir suas preces lá fora do ônibus.
O do celular, sem olhar para o lado, fazendo o maior pouco caso, no maior deboche pergunta:
- Quem vai me fazer sair do ônibus?
O guarda-roupa oito portas, que estava do lado, sorrindo responde:
- Eu!
O teimoso do celular pôs o rabo entre as pernas... Mais que depressa o celular foi desligado.