um romance no onibus
Paula saia todo dia as 17h pra faculdade, suas aulas começavam as 19h mais como tinha que pegar um ônibus que passava geralmente lotado nesse horário por isso não podia se atrasar.
Normalmente saia as 22;35 da aula, por isso quase sempre pegava os últimos ônibus, por volta das 23;15hs.
Naquela noite por incrível que pareça, conseguiu pegar o ônibus mais cedo 22;45hs, parece que o mesmo havia se atrasado.
Estava lotado, como sempre mais, já estava acostumada.
Passou a roleta e ficou em pé no corredor, vários homens se postaram atrás dela, apesar de não ser pela, era muito desejável, possuía um quê de femme fatalle, um cheiro de cio que atraia muitos, naquele dia em especial as características se acentuavam, era noite de lua cheia, não se vestia com esmero, pois decidira ir mais a vontade a faculdade, apenas uma calça jeans que lhe ressaltava o bumbum, as coxas arredondadas, a vulva grande, e uma camiseta preta que lhe prestava um ar de menina, nos pés uma pequena sandália rasteira.
Vez ou outra, sentia um esbarrar, um rosar em suas costas devido as manobras do ônibus, em uma dessas quase cai sentada ao colo do rapaz a sua frente, mais dois braços fortes a seguraram, e a firmaram em um corpo másculo, viril, suspirou profundamente e buscou o rosto de seu... “salvador”.
De tão próximo que estavam quase tascou um beijo na boca do desconhecido, mais paralisou em seus olhar profundo, viu naqueles olhos muita seriedade, admiração, curiosidade e desejo.
Não era a primeira vez que o via, já haviam pego o mesmo ônibus antes, e até sentado junto outras raras vezes que ainda conseguia pegar o ônibus vazio, já até notara alguns olhares, figira deles, eles o incomodavam, não era como os outros, mais nunca o observara atentamente, nunca dera atenção, ele não era o primeiro nem o único, mais naquela noite, aqueles olhos, pareciam musicas encantadas, cordas invisíveis, lhe pendendo a alma, por mais que tentasse voltar a razão, se libertar, não conseguia se desviar daqueles olhos, daqueles braços que a protegiam, daquele corpo que lhe apoiava e aquecia, deixou-se quedar, recostou-se, fechou os olhos e ficou sentindo o perfume do estranho.
Os minutos passaram depressa, os lugares, as paisagens voavam pela janela e ela absorta naquele cheiro, naquele corpo, na lembrança do olhar, tinha medo de abrir os olhos e revelar o que se passava em seu coração, em sua alma, nunca sentira nada assim, e tinha medo.
Eram da mesma altura, por isso sem dificuldades ele soprou em seu ouvido essas palavras:
- acorda princesa, seu ponto chegou.
Resistiu, não queria se afastar dele.
Ele sabia que ela não dormia que apenas estava perdida em fantasias, então mais uma vez ele falo, quase num sussurro, mais caricias que palavras:
- vamos acorda, ou vou te levar comigo.
Ela abriu os olhos, ele sorriu, ela voltou-se e enlaçou-o pelo pescoço, selando o fim daquela viagem e começo de mais uma historia de amor.