Deleite Secreto ( Capítulo II)

CAPÍTULO IV

As semanas demoraram a passar. Por alguma razão, eu estava contando cada dia e cada hora. Theodor não voltou a me procurar, o que era bastante estranho, já que ele não era do tipo que desistia com tanta facilidade. Mas o que eu queria? Eu mesma pedi que ele fosse embora e me esquecesse, porque estava preocupada com o fato dele não ter ligado e não ter me procurado? Me puni por estar pensando nessas coisas. Mergulhei no trabalho e tentei me esquecer de qualquer coisa que lembrasse Theodor Denovan, mas era praticamente impossível, levando em conta que nós tínhamos um filho, que por brincadeira do destino, estava cada vez mais parecido com ele. Quando eu chegava em casa e dava de cara com Junior, as lembranças daquela noite me vinham em borbotões e eu tinha que me segurar para não romper em lágrimas. Aliás, eu estava muito emotiva nos últimos dias. Me pegava chorando até com os episódios de uma série policial idiota que eu costumava assistir para distrair as ideias. Será que Theodor havia adquirido mais esse poder? Eu iria descobrir isso em breve. Depois de seis semanas sem falar diretamente com ele, recebi um telefonema inesperado.

-Lisa?

-O que você quer, Theo?

-Você nunca pode dizer simplesmente, Oi? – Ele soltou uma gargalhada.

-Não estou com disposição para piadas.

-Tudo bem, só quero saber se posso levar o Theo para um passeio de barco hoje à tarde.

-Por mim tudo bem, ele não tem nada para fazer mesmo.

-Você se importa de trazê-lo até a marina?

-Não, posso levá-lo sem problemas. A que horas?

-Duas horas. Estarei esperando por ele próximo ao Theodor.

-Tudo bem...

-Você está bem? – A voz dele estava suave e sedutora.

-Porque não estaria?

-Não precisa me atacar, Lisa. Só quero saber se você está bem, como tem passado.

-Estou ótima. Agora, se não se importa, eu vou desligar.

-Espera...Você pode vim com a gente...

-Não estou com disposição para passeios de barco.

-Tem certeza?

-Tenho...

-Então, até mais tarde. – Quando eu desliguei o telefone, uma súbita vontade de chorar me invadiu. Porque ouvir a voz dele estava me deixando daquele jeito? Respirei fundo, bebi um enorme copo com água e fui chamar o Theo na casa ao lado.

CAPÍTULO V

Quando o táxi parou em frente à marina, tive que respirar muito fundo. Aquele lugar não me trazia boas lembranças. Estive várias vezes ali, todas com Theodor e, na maioria delas, acabamos por fazer amor no barco que levava o nome do nosso filho. Mas dessa vez eu só estava ali para deixar o JR, pelo menos era o que eu pretendia. Quando chegamos ao local que Theo me indicara, eu o avistei logo. Ele estava usando bermuda branca e camisa azul clara. Os cabelos estavam ao gosto do vento, fazendo-o parecer um modelo tirando fotos ao ar livre. Ele estava colocando equipamentos no barco e se virou rapidamente em nossa direção.

-Olá, filhão.

-Oi pai! – Junior sorriu ao perceber o clima tenso entre nós. – Posso deixar minhas coisas no barco?

-Claro filho. Tome cuidado ao subir. – Quando ficamos sozinhos, Theodor me encarou com aqueles olhos cinzentos e eu tive vontade de fugir. – Você está bem, Lisa?

-Qual o seu problema hoje? Resolveu saber se estou bem a qualquer custo?

-Eu me preocupo com você, só isso.

-Não tem porque se preocupar...

-O Theo me disse que você anda trabalhando demais.

-Eu sempre trabalho demais, isso não é novidade.

-Ele disse que você anda cansada demais também.

- Bom... Estou um pouco sobrecarregada. – Ele estava parado a minha frente, quase me tomando nos braços.

-Talvez devesse se divertir um pouco. Ainda dá tempo aceitar meu convite.

-Não quero atrapalhar o passeio de vocês.

-Você não vai atrapalhar, pelo contrário. – Aquele bendito sorriso de novo.

-Theo, eu não preciso de passeio algum, preciso só de algumas horas de sono.

-As duas da tarde? – Ele arqueou a sobrancelha. Aquela informação o deixou intrigado e ele ficou por longos minutos em silêncio e me fitando.

-Qual o problema?

-Nada, só achei estranho. Você não costuma dormir à tarde.

-Eu não consegui dormir direito ontem...

-Por quê?

-Por nada que possa te interessar.

-Eu quero saber. – Ele chegou mais perto.

-E eu não quero dizer. Acho melhor você ir logo. Se não for incomodo, leve-o para casa, ok? – Eu dei dois passos para trás tentando fugir do inevitável.

-Lisa...

-Theo...- Ele já estava perto demais.

-Você não precisa fugir de mim desse jeito.

-Não estou fugindo, só estou me despedindo de você. Você precisa partir, não é?

- Sim, preciso... – Ele me segurou pela cintura.- Mas eu queria tanto que você fosse com a gente. – Me beijou o pescoço e eu tive medo do que poderia acontecer. – Vamos?

-Não! – Consegui me soltar antes que ele continuasse com aquilo. – Eu vou para casa. Tenha um bom passeio. – Dei as costas para ele e rezei para ele não me seguir Quando eu já havia me esquecido dele, senti uma presença logo atrás de mim e quase gritei de susto.

-Esqueceu disso.- Ele me deu um beijo longo e demorado, que no começo eu não correspondi, mas logo estava completamente entregue. –Agora posso partir.

Ele me deixou completamente atônita, ali, parada e com a sensação de vazio no estômago. O vi seguir pela ponte e depois subir no barco. Peguei o primeiro taxi que se aproximou e fui direto para a casa de Giulia, talvez conversar com ela fosse ótimo para me distrair. Quando lá cheguei, ela estava no jardim, cuidando das suas rosas brancas.

-Ora, que bons ventos a trazem a minha casa? – Ela continuou cutucando a terra.

-Preciso conversar... – Falei meio sem graça.

-Deixe-me terminar com as rosas, tudo bem? Pegue um banco e sente aqui. – Fiz exatamente o que ela mandou. Peguei um banco e fiquei observando ela mexer com as flores. Giulia morava sozinha, não tinha marido e nem filhos. Estava com 35 anos, um ano a menos que eu, mas com certeza tinha mais experiência de vida e sabia bem como escapar de homens como Theodor Denovan. Nos conhecemos quando comecei a lecionar no Elite, desde então, nos tornamos amigas inseparáveis. Ela esteve ao meu lado quando decidi me separar, me ajudou com o Junior em diversas situações e sempre esteve por perto nas horas ruins. Ela, melhor do que ninguém, sabia que eu ainda era apaixonada pelo meu ex marido, mas sabia também que eu não conseguiria voltar para ele depois de tudo que aconteceu.

-Isso tem a ver com Theodor? –Ela não tirou os olhos da terra.

-Estive com ele há pouco.

-E?

-Fui levar o JR para encontrá-lo, só isso. – Claro que não era só isso, mas eu não sabia como descrever o que tinha acontecido.

-Só isso?

-Bom, nós conversamos por alguns minutos.

-Ele te beijou? – Como ela poderia saber isso?

-Eu...

-Você ainda está meio ofegante. – Giulia sorriu diante do meu espanto. Ela sabia como se divertir as minhas custas, isso me lembrava alguém que deveria ficar bem distante dos meus pensamentos.

-Ele me pegou de surpresa...

-Mas você não se importou, não é?

-Eu não sei...

-Seja franca com você mesma, Lisa. Theo ainda provoca sensações em você, sensações que variam de suor frio a borboletas no estômago. O fato é que você ainda está completamente apaixonada por ele, confesse...

- Não é bem assim...Tudo bem, eu não posso negar que ele é atraente.

-Corrigindo, ele não é apenas atraente, ele é um imã altamente potente.

- Não exagere...

-Um homem como Theodor Denovan não é apenas atraente, ele é a atração em pessoa. Alto, forte, bonito e rico. Sabe quantas mortais gostariam de compartilhar a mesma cama com ele?

-Sei... e foi por causa disso que nós nos separamos. Ele quis realizar o desejo dessas mortais e colocou todas em sua cama. – Explodi de raiva. Lembrar daquela dolorosa separação era mais do que triste, era humilhante.

-Tudo bem...Você tem razão de ficar chateada, mas não pode negar que está voltando a se apaixonar por ele.

-Porque ele resolveu se reaproximar depois de tantos anos?

-Carência?

-Você acabou de dizer que ele não precisa sentir isso...

-Saudade da vida que levava com você?

-Duvido... – Eu realmente não fazia ideia dos motivos. Theo sempre fora mimado e inconstante. Talvez ele só quisesse me reconquistar para provar a se mesmo de que seria capaz de fazê-lo por uma segunda vez.

-Vamos tomar um café, talvez isso te ajude a pensar. – Entramos na casa e, enquanto Giulia lavava as mãos, eu aproveitei para admirar sua linda coleção de peixes no aquário. Ela tinha uma casa linda, muito bem decorada e com muitos animais por todo lado. Seu gato, Caramelo, veio enroscar-se na minha perna. Eu o acariciei e fiquei a brincar com ele.

-Vem pra cá, Lisa- Giulia me gritou da cozinha.

-Estou indo. – Larguei o gato e entrei na cozinha americana com ares de cozinha de interior e com um cheiro de café recém saído do fogo.

-Com ou sem açúcar?

-Com...

-Quer um pouco de bolo de canela?

-Sim ...- Acabei por lembrar que a minha última refeição foi um copo com água. –Estou com fome.

-Sirva-se a vontade. - Ela estendeu a bandeja e colocou um prato a minha frente. Cortei um pedaço do bolo e me servi de uma xícara de café. –Você está bem, Lisa?

-Estou, por quê?

-Você está meio pálida...

-Você também? – Revirei os olhos.

-O que?

-Theo disse ao pai que eu ando cansada demais. Ele me perguntou se estou bem.

-E você está?

- Já disse que sim, só estou me sentindo um pouco sobrecarregada.

-Talvez devesse diminuir sua carga horária de trabalho.

-Não há necessidade... – Lisa tinha razão. Eu não estava mesmo me sentindo muito bem. Imaginei que Theodor me tivesse provocado tanto, que me deixou de estômago revirado. Mas percebi que o problema não era ele, mas sim o cheiro do bolo.

-Pensei que você adorasse canela...

-E eu adoro...

- E porque ainda não comeu?

-É que...acho que perdi a fome. – Deixei o prato de lado e resolvi beber apenas o café.

-Você disse que estava com fome e agora perdeu? Theo tem razão em querer saber se você está bem, porque obviamente você não está.

-Qual o problema de vocês dois? Não posso ficar cansada de vez em quando?

-Pode... Mas é de se estranhar que você recuse algo que adora com a desculpa barata de que perdeu a fome. – Giulia tinha o poder de ler a minha mente. – Fora que, você está extremamente pálida. Já disse que essa ideia de você querer ser super em tudo, não vai te fazer bem.

-Giulia, não precisa me dá sermão por causa disso. – Peguei o prato novamente e belisquei um pedaço do bolo. Por algum motivo, aquele pequeno pedaço me deixou nauseada. – Viu, eu comi o bolo e ele está ótimo.

-Sei... – Giulia terminou o seu café e foi lavar a xícara. Eu também terminei de beber e me levantei para levar a minha, quando me aproximei para entregar-lhe, algo estranho aconteceu. – Que foi, Lisa? – Tive que me apoiar na pia para não cair.

-Não sei...- Nunca havia sentido aquilo antes. A sensação de que não havia chão em baixo dos meus pés era assustadora. Giulia me colocou sentada em uma cadeira próxima e eu tentei focalizar a minha visão. – Eu acho que...acho que tive uma queda de pressão.

-Qual foi sua última refeição? – Giulia me estendeu um copo com água e eu aceitei com as mãos trêmulas.

-Hã...um copo com água e um beijo de Theodor Denovan.- Tentei sorrir para disfarçar o meu próprio nervosismo.

-Isso não tem graça, Elisa.- Se ela me chamou de Elisa, era porque realmente aquilo não tinha graça. – Você precisa comer esse bolo inteirinho, agora!

-Não posso, estou com náuseas – Fiz uma careta quando me voltei para o enorme pedaço de bolo que ela me servira.

- Espera aí...Você não comeu nada e está me dizendo que está com náuseas? – Giulia me olhou com aquela cara que ela só fazia quando estava desconfiada de algo.

-O que? Não me olha desse jeito...

-Elisa Hamilton, você pode me explicar o que está acontecendo aqui? – Ela colocou as mãos na cintura e arqueou a sobrancelha.

-Já disse, tive uma queda de pressão...

-Eu gostaria de acreditar nisso...- O que ela estava querendo dizer? – Elisa, tonturas, náuseas ....

-O que? – Eu realmente não estava entendendo aonde ela queria chegar com tudo aquilo.

-Você está grávida, Elisa Hamilton – Giulia bufou e a minha reação foi saltar uma gargalhada longa e alta. De onde ela tirou aquela ideia absurda?

-Giulia, isso é impossível... Eu não posso estar grávida, querida.- Coloquei o copo sobre o balcão da cozinha e tentei parar de sorrir, pois a cara de Giulia não era das melhores.

-Elisa...você e o Theo transaram?

-Sim, mas...

-Usaram uma maldita camisinha?

-Não que eu me lembre, mas...

-Sem mais, o fato é que vocês serão pais novamente. – Ela estava falando sério? Ela realmente estava acreditando que eu estava grávida? Só porque tive um pequeno mal estar, não quer dizer que serei a próxima a ganhar um chá de bebê do Elite.

-Giulia, eu não estou grávida.

-Você quer acreditar nisso, mas você sabe que é uma tremenda mentira.

-Eu não posso estar grávida...

-Como não? Você tem um útero, é perfeitamente saudável e fez sexo sem proteção, falta mais alguma coisa para fazer com que você acredite? – Agora Giulia estava parada diante de mim, com aquele irritante ar de quem tem certeza das coisas.

-Seria um castigo...

-Não diga bobagens, um bebê está longe de ser um castigo.

-Não me refiro a criança, me refiro ao provável pai...- Quando notei que eu já estava aceitando a ideia, balancei a cabeça rapidamente. – Não, não estou grávida.

-Sim,você está.

-Não...- Por um momento minha mente retornou aos acontecimentos das últimas semanas. Me lembrei rapidamente da noite com Theodor, nós estávamos tão excitados, que esquecemos de absolutamente tudo ao nosso redor, inclusive da camisinha. Lembrei-me que estava um tanto emotiva nos últimos dias e, o mais importante, minha menstruação estava atrasada, o que não chegava a ser um espanto, já que ela nunca foi muito regular. –Ou estou?

-Há um jeito bem simples de descobri, faça um teste...

-Teste? – Agora a minha mente estava entrando no modo automático. Fiquei mais trêmula e mais pálida.

-Sim, Lisa, um teste. Um teste daqueles de farmácia, sabe do que estou falando? – Giulia fez um gesto de impaciência.

-Oh meu Deus, não posso... – Levantei da cadeira e passei a andar de um lado a outro da cozinha.

-Claro que pode, basta ir até a farmácia e pedir um.

-Parece simples, não?

-Mas é muito simples...

-O farmacêutico me conhece...

-E daí? O máximo que ele vai imaginar é que você pretende aumentar a prole. – Para Giulia as coisas eram sempre muito simples e fáceis de resolver.

-Meu Deus...

-Deus não vai te ajudar agora. Você precisa de um teste, depois você reza para o resultado não ser o que imagino que será. – Giulia foi até a sala e eu a segui meio atordoada. Ela pegou a minha bolsa e a dela e foi em direção à porta.

-Aonde vai?

-Até a farmácia...

-Giulia...

-Prefere ficar na dúvida?

CAPÍTULO VI

Quando saí do banheiro da casa da Giulia, minhas mãos estavam trêmulas e as lágrimas ainda estavam caindo em longas cascatas pelo meu rosto pálido. O teste estava na minha mão e eu ainda não conseguia acreditar no que ele me dizia. Giulia foi em minha direção e fez o único gesto plausível naquele momento, me abraçou.

-Acalme-se, também não é o fim do mundo.

-Como pude cometer a estupidez de... – Apenas fechei os olhos e tentei não atirar o teste na parede da sala.

-Essas coisas acontecem, Lisa. Você tem que se acalmar, só isso. – Giulia me arrastou até o sofá e me mandou sentar. – Eu sei que você está pensando em mil coisas, mas você precisa se concentrar na principal: Como vai contar para o Theo?

-Eu não pretendo contar...

-Como não, ele é o pai da criança, não é?

-Infelizmente...

-Então ele precisa saber...

-Pra que? – Tudo aquilo parecia tão sem sentido, que até mesmo a ideia de dizer que Theodor era o pai da criança, me parecia absurda.

-Como pra que, Lisa? Ele é o pai, tem o direito e o dever de saber disso.- Giulia estava me fitando com um ar furioso e preocupado.

-Não quero pensar nisso agora...

-Vai ter que pensar em algum momento...

-Mas não agora...Preciso voltar para casa...

-Não posso deixar você sair daqui no estado em que está...

-Eu pego um taxi, vou chegar bem ...

-De jeito nenhum, você vai ficar aqui até se sentir melhor

-Eu já me sinto melhor. – Tentei levantar, mas minhas pernas falharam e eu cai sentada no sofá.

-Sério?

-Tudo bem, mas eu só ficarei mais alguns minutos, depois irei para casa.

-Você só está tentando fugir da conversa, Lisa – Giulia sentou a minha frente e me sorriu ironicamente. – Mas não vai conseguir.

-Giulia, por favor...

-Ora, vamos ter que falar sobre isso em algum momento, que seja agora.

-Não pretendo dizer nada ao Theo, se é o que quer saber.

-Vai abortar?

-Não! – Quase gritei. De onde ela tirava aquelas ideias absurdas? Eu nunca abortaria uma criança, mesmo que fosse uma criança que eu não planejei. – Eu jamais faria uma coisa dessas.

-E como pretende esconder a barriga?

-Não vou esconder...

-E vai dizer o que para o Theo? Que está grávida do porteiro? – Giulia saltou uma gargalhada. Ela estava se divertindo com o meu nervosismo e eu estava odiando aquilo.

-Você não está me ajudando...

-Estou sendo sensata, minha querida. Se acha que vai poder disfarçar o óbvio, então vá em frente. Mas posso afirmar com muita certeza que você vai quebrar a cara, e muito brevemente.

-Não posso contar isso assim...

-Prefere que ele descubra sozinho? Ótimo...

-Posso adiar o máximo possível...

-O máximo possível? Quanto seria isso?

-Não sei Giulia. Você está tornando tudo mais difícil. Preciso de ajuda, droga. – Explodi em lágrimas, mas Giulia não se moveu. Ela tinha a mania irritante de nos levar ao extremo das emoções, mas ela mantinha uma serenidade passiva.

-Pode chorar o quanto quiser, mas aproveite para pensar.

-Eu quero ir para casa, só isso...

-Vou chamar um taxi...

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 12/03/2014
Código do texto: T4725871
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