Narrativas.
Nesses últimos dias, tenho assistido a muitos filmes. Não costumo fazer isso com frequência. O que não significa que eu não goste, pelo contrário. Logo após os cinco minutos, passado o tempo que minha mente necessita para atingir a concentração, somos apenas: eu, o filme e os pensamentos paralelos que em mim ele provoca. Gosto de narrativas. Personagens que narram suas próprias histórias, rica em detalhes, de boas e más lembranças. Acredito que auscultar aquela voz sendo falada enquanto as cenas são revividas pelo narrador-personagem e vista pela primeira vez por mim, simplesmente me agrada.
Não raro, imagino minha própria narrativa. Traço o meu roteiro como se o que eu estivesse vivendo no momento, já fosse passado. E a voz, a voz que fala é a minha, já sabedora do que aconteceu e já mais confiante que a minha voz atual. Considero uma boa fonte de entretenimento. Enquanto consigo me manter concentrada o suficiente nessa atividade, sinto-me mais madura. Como se algumas questões que eu tenho em branco hoje, já tivessem sido respondidas.
Independentemente disso parecer loucura ou não, ouvir a própria voz, narrando a própria história de um passado que na verdade é o próprio presente, é legal fazer coisas assim. Espero não ficar louca de vez.