Cacos
Depois de um coração quebrado, ao menos sobraram os cacos. E os cacos são um bom consolo quando não se tem mais nada.
Mas lhe ofereceram um abraço e ela aceitou. O abraço juntou os cacos e o coração, teimoso, novamente se juntou.
Mas entre os cacos ficaram falhas, pequenos buracos que, diferente dos convencionais, não eram vazios. Eram buracos cheios, muito cheios, cheios de lembranças.
Ela, então, daqueles braços se desvencilhou, repeliu a eles e bem distante os colocou. E, como quem não aguenta mais falhas, daquela completude se exilou.
Preferia os cacos. E por eles optou.