O rock massa do Slash
Lá estava um jovem de 14 anos, 16 horas da tarde, bebericando uma cerveja em um bar no centro da cidade que só possuía clientes pobres.
Em sua maioria os clientes vinham vestidos com camisetas de time de futebol e marcas de cerveja, com chinelos sujos, e roupas velhas.
No entanto, o jovem que lá estava era filho de um casal muito rico. Mas ele pouco se importava com sua posição social. Ele gostava mesmo era de passar o dia com pessoas que não eram ricas e arrogantes como seus pais eram.
Vivia contando moedinhas pra beber pinga e cerveja com seus amigos ou mesmo sozinho no balcão do bar conversando com velhos fedorentos, torcedores do Corinthians e outros tipos que ali se reuniam para beber e preencher o vazio da vida.
Volta e meia discutiam sobre mulheres, futebol, peitos, bundas, brigas, Ultimate Fighting Championship, samurais, Guns´n´Roses e aquela música Sweet Child O´Mine, novelas, futebol, Dilma, e mais um monte de coisas.
Nada em particular aconteceu em uma tarde. Todos voltaram pra casa, bêbados, alguns brigaram com suas esposas, chingaram os filhos e foram dormir.
No outro dia, o garoto, assim como os velhos, juntaram mais moedas, e foram ao bar novamente discutir sobre a inflação, Guns´n´Roses, Dilma e sobre como a vida é injusta para os justos.
Naquela tarde, aqueles senhores abriram suas carteiras, e mostraram fotos de suas “lindas” famílias uns para os outros.
Lágrimas iriam cair ali mesmo, se aqueles senhores tivessem o coração mole. Mas haviam sido endurecidos pelo tempo e pela bebida.
Seus corações eram duros.
Eram homens, e eles se contentavam em engolir a seco as mágoas de suas famílias. Afinal, a porra do mundo era injusto, e a culpa não era deles.
Para o dono do bar, era todo dia a mesma merda. Espancamentos, Dilma, Guns´n´Roses, inflação, novela e futebol.
“E aquela guitarra lá na música Sweet Child ó Maine... do Slésh... nossa cara... que roque massa...”