Valsa das 14 horas.
As batidas na porta seguidas de um chamado eram o sinal de que a tarde não continuaria mais sendo a mesma, nem a vida a partir dali. Ela abre a porta e ele entra, com a expressão ilegível.
- você quer um pouco de café? Suco? Diz ela.
- não, olha eu te amo! Ele se levanta chorando e a abraça.
- me perdoa por ser tão infantil... Me perdoa por ser tão dramático.... Me perdoa por não ser o que você sonhou, mas não me deixa, por favor não me deixa. Ela o olha se atropelando entre soluços e palavras.
- eu também te amo Carlos, eu não quero que terminemos, não quero você longe de mim. Mas você tem que entender, eu sou a sua namorada, eu te amo você me ama, mas sua vida não tem que girar em torno de mim, você tem que ter suas ambições, seus sonhos e seguir eles, se você me ama não tem que se preocupar em fazer as coisas só para me fazer feliz. Pense mais em você, ou não vamos dar certo sempre. Eu amo você, mais do que você pensa, você não vai me perder, mas você ta se perdendo.
- tudo que eu queria era poder te dar tudo que você merece, todas as roupas, as joias, conforto, carr...
- para. Para de falar tanta bobagem. Eu não sou tão fútil. Se você acha que eu só ligo pra essas coisas, você não me conhece.
- eu só achei que se eu te fizesse sentir confortável e te agradasse, você não me deixaria nunca...
- olha pra mim. Eu amo você Carlos e é com você que eu quero viver meus melhores e até piores momentos. Me veja como sua companheira, sua amiga, sua mulher e não como uma missão de vida.
- as vezes parece que você é uma parte da lua que caiu pra mim, eu amo tanto você.
- é o meu charme avassalador que causa isso nas pessoas. Também amo você.
Eles se beijaram, como não se beijavam a meses, tomaram suco e fizeram sexo, mas dessa vez com mais amor que nunca.
Era uma sexta-feira, um casal de jovens andava de mãos dadas na calçada, ele a quis beijar mas ela teve vergonha,
- não, tem muita gente olhando. Ela não o amava.