O instante

Parou, com a mão na porta de entrada e olhou a sala de estar.

Cinzeiros repletos de guimbas e a garrafa de uísque vazia, sobre a mesa de centro.

O televisor ainda ligado. Sentiu a boca seca. Atravessou o corredor, foi até a cozinha e bebeu dois copos d’água. Pela porta entreaberta,viu a esposa dormindo,

Braços cruzados sobre o peito. O gris dos cabelos espalhados em leque, sobre o travesseiro. A madrugada definhava. A porta da garagem, ainda por fechar. O portão da rua, já aberto. Inclinou-se, e pegou a sacola de lona.A neblina matinal começava a molhar o carro.

Virou- se para sair e avistou o velho andrajoso, na rua, virando a lata do lixo. Fechou o portão. Entrou. Deitou no sofá e voltou a dormir. No relógio da sala, cinco horas da manhã.

andre albuquerque
Enviado por andre albuquerque em 31/01/2014
Reeditado em 31/01/2014
Código do texto: T4672661
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