Bom Samaritano
Uma vez um amigo levantou a seguinte questão ao professor de filosofia:
-Por que será que às vezes nossos sonhos são estraçalhados e no precipício do desespero temos a revelação de ótimos momentos?
O professor sorriu:
- Posso citar algumas situações, por exemplo: às vezes não sonhamos o necessário e a nossa paixão deixa morrer a aspiração, ou seja, quando os problemas se colocam no caminho do desejo acabamos deixando-o de lado. A paixão é a fraqueza dos romances, seja ele qual for. Ame alguém e será feliz, apaixone-se por alguém e um "não" poderá destruir seu romance. A paixão limita, o amor eleva.
O amigo continuo:
- Mas nem todos os casos são assim, às vezes realmente queremos, mas as portas parecem ir se fechando e você se sufoca.
- Sim, nesses casos continuamos persistindo, mas devemos reavaliar atos e ações. Nem sempre sabemos o que é bom para nós. Podemos ter um sonho valioso, mas se nossas ações não são benéficas, tudo começa a dar errado. Mesmo que dê certo no início.
Ele fez uma cara de confuso, então o professor prosseguiu:
- Pode alguém com ambições conseguir a princípio o que quer, mas com certeza terá como aliada a solidão e desamor, mesmo tendo riquezas, jamais saberá o que é ser feliz.
O amigo mexia a cabeça dando brecha para o professor continuar:
- Então não temos sonhos frustrados e sim oportunidades de rever nossas necessidades e reavaliar estratégias. Não recebemos as glórias nos sofrimentos, temos uma intercepção quando entendemos que o sofrimento é um dos caminho do crescimento e uma das saída do problema.
O amigo riu e comentou:
- Então sofrer é bom?
- Claro que não! - disse o professor soltando uma boa gargalhada. - Mas ás vezes os melhores remédios são os mais amargos, porém para a melhor eficácia é preciso que entendamos que o que é melhor está por vir e nos medicarmos com paciência!
O assunto acabou por ali e logo foram conversar sobre outras coisas banais como futebol, provas semestrais e as fragilidades da vida... como qualquer bom samaritano.