O QUE FAZ O MEDO MÓRBIDO
O QUE FAZ O MEDO MÓRBIDO
Íamos, eu e meu netinho OTÁVIO ANTONIO, acompanhados dos nossos inseparáveis e fiéis amigos, a cadela BATE-SEBA e o cão CAPELO. Como todos os dias, no nosso passeio rotineiro, sem roteiro e/ou destino.
Na primeira esquina, na rua paralela e abaixo, da minha casa, tem uma casa, toda murada, com um portão maciço, ou seja, não é de grade, portanto não se pode ver o que vai e/ou tem no interior do lote. Este portão é corrediço manual, no sentido horizontal, não abre para fora e nem para o quintal, tão somente na lateral.
Nesta casa tem um cachorrinho, de raça indefinida, tanto pode ser um cruzamento de várias raças, como pode ser um coitado que nasceu precoce e aniquilado, não sei, apenas infiro.
Por falar em cachorrinho, os pequenos e novos têm um medo mórbido de cachorros maiores, ás vezes sem nem mesmo encostar neles gritam como se tivessem levado a maior surra.
Aqui não é o caso, ainda que o desenrolar da coisa leva a crer que seja, mas se de tudo não for não influencia no câmbio internacional.
Pois bem... descíamos a rua perpendicular à do referido e dito cujo portão, quando já próximo, se não muito trinta metros deste, o cachorrinho que vinha na nossa direção, tinha acabado de sair por uma pequena abertura, se apercebeu dos cães BATE-SEBA e CAPELO, virou só o corpo, a cabeça não, em direção à sua casa; e de cara virada para nós, correu no máximo que suas perninhas podiam dar. Lá na mente dele achava que o portão estivesse aberto, mas qual o que, pois não estava; e ele de cara virada para trás bateu violentamente no portão, caiu de lado, gritou como se o mundo estivesse acabando; virou-se para a rua e escafedeu.
A BATE-SEBA e o CAPELO nem notaram o acontecido. Sorri gostoso, tentei passar a comicidade para meu neto, mas ele nos seus quinze meses não se interessou; assim nós quatro seguimos nossos pés, em passos que nos levam onde queremos sermos levados...