Histórias de minha vida

Um belo dia como costumo fazer sempre que estou longe da cidade em alguma fazenda, bem cedo gosto de admirar o sol despontando e absolver seus primeiros raios o que fazia em minha infância, quando deparei com uma raposa desesperada em tentar passar um de seus filhotes por debaixo da cerca e quis ajudar, foi quando tive a certeza da força de uma mãe. Pois aquela criatura mesmo sem coragem de atacar, não arredava pé de onde estava o seu rebento com os dentes à mostra como a me dizer, nele ninguém tasca. Armei-me de pedaço de pau, não para ataca-la, apenas para me defender de uma eventual mordida o que seria natural, pois estaria a mesma defendo o seu bem mais precioso, o filho.

Posto o filhote do outro lado da cerca, me afastei para que a mãe nessa altura já também do outro lado, apanhasse sua joia e o levasse para o seu recanto protegido de todos. Mas não foi isso o que aconteceu de imediato e muito me comoveu a cena seguinte: a raposa mãe, cheirou seu filhote, sentou-se a seu lado e ficou alguns minutos a me olhar parecendo sinceramente agradecendo pelo meu gesto, depois lentamente pegou seu filhote na boca e desapareceu mato a dentro.

Fiquei recordando a cena por muito tempo e analisando a minha vida passada. Antes de vir morar na cidade e de ter a oportunidade de estudar bastante, este fato jamais teria acontecido, ou eu teria ido embora e deixado a pobrezinha ali lutando ou a teria matado, pois aprendi antes dos conhecimentos que agora tenho, que raposa é uma grande inimiga dos fazendeiros, dai a escassez dos animais silvestres em nossos territórios hoje em dia. A vida nos prega muitas peças e é vivendo que vivemos para aprender mais.

São passagens assim que devemos deixar gravadas nas mentes de nossos filhos, para não limparmos a terra daquilo que nos da prazer de viver aqui. Não sou uma enciclopédia ambulante, mas não gostaria que meus conhecimentos se tornassem uma enciclopédia invisível. E assim eu vou vivendo enquanto Ele permitir.