Reveillon em Copacabana
Reveillon em Copacabana
31 de Dezembro, Praia de Copacabana, areia totalmente tomada e Julia chega de calças jeans, tênis all star branco e uma blusa azul. Da mochila tira uma toalha vermelha que estende perto de um coqueiro.
Senta-se e completamente envolvida pelo clima de euforia que toma conta de todos, bebe uma coca-cola e pensa na família que deixara para trás. Viera em busca, contrariando seus pais e namorado, da maior explosão de alegria que já vira pela televisão.
Cansada de todos os finais de ano sempre iguais - apenas o pipocar de alguns morteiros - queria vivenciar o clima de babilônia, misturar-se à multidão que, naquela hora - metade já estava “mais pra lá do que pra cá”. O clima esquentava e nem a chuva que caía acalmava os ânimos.
As brigas eram inevitáveis, crianças perdiam-se de pais irresponsáveis misturados aos shows que aconteciam ao longo da avenida.
O sincretismo religioso era um espetáculo à parte e Julia percorria tudo com a sensação de que não pensara melhor em sua decisão.
Sentiu-se só, pensou em voltar, tarde demais. O relógio marcava 23h30min.
Logo começaria o momento que sempre sonhara, a explosão de fogos de artifício mais linda que já vira, Levanta-se, guarda a toalha na mochila e vai buscando um espaço mais perto da areia.
23h58min, a avenida com milhares de figurantes ávidos para serem os protagonistas daquela festa se amontoam, se abraçam, confraternizam-se entre si e finalmente à zero hora o espetáculo maior começa. Pessoas vão ao delírio, choram, fazem pedidos, a emoção é de todos, o momento é ímpar para Julia que se vê abraçada por um rapaz que a beija sem a menor cerimônia, oferece-lhe um copo de cidra e festejam o novo ano que começa.
Lembrou dos pais, do namorado... Feliz ano novo?