A Flor e os Band-aids - Desafio de 30 Minutos
Este é um desafio/exercício, um texto escrito em 30 minutos, com um pré-tema definido: Band-aid, e mais 5 minutos (usei apenas 4) para corrigir eventuais erros (mas sem alterar o texto em si). Confesso que peguei uns poucos segundos extras nos 30 minutos, sempre falta completar a última sentença.
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A babá adormecera e as crianças conversavam. Um casal de irmãos, a menina com quatro anos e o menino com seis.
- O que a mamãe foi fazer?
- Levar flores pra vovó.
- Ah, eu queria levar flores pra vovó.
- Cê nem tem flores, Sara.
- Mas posso pegar! – disse com um sorriso sapeca, lançando um olhar à uma árvore com flores na copa.
- Não, cê vai se machucar, Sara!
A menina não deu ouvidos ao irmão, ela empurrou uma alta banqueta de madeira que havia no quintal, pô um dos pés na barra de madeira que havia entre as pernas da banqueta. Seu peso desequilibrou o objeto e ela quase caiu.
-Viu, Sara, cê vai se machucar! – o menino usava um tom de adulto. A babá permanecia alheia, e apesar dele poder chamá-la a qualquer momento, uma mistura de orgulho e de cumplicidade o impedia.
Com o equilíbrio recobrado e ignorando a reprimenda do irmão, a menina tentou subir de novo na banqueta, dessa vez conseguiu. Esticou os curtos braços o melhor que pôde e se segurou no galho mais baixo; puxando o corpo pra cima em seguida, não sem certa dificuldade. Ela era bastante arteira e estava acostumada a estripulias, mas o que ela fazia naquele momento era realmente um feito complicado para uma menina de quatro anos.
Sentada sobre o novo galho, esticou novamente os braços, conseguiu agarrar uma flor, teve êxito em arrancá-la do lugar, mas em troca conseguiu um arranhão feio no braço.
- Ai!
- Sara, chega, desce daí, ou eu conto pra mamãe.
- Conta nada, cê é medroso! Num consegue nem subir aqui. Dan é medroso! Lalala!
- Para com isso!
- Preciso de mais flor – disse com um sorriso sapeca no rosto, mas que o irmão não conseguia ver de lá de baixo. Fingiu que iria pegar outra flor, mas depois deixou o braço cair e se preparou pra descer, alcançou a banqueta com a ponta do pé. Quando ela desceu efetivamente ele bambaleou um pouquinho. Daniel fechou forte os olhos temendo a cena seguinte.
– Viu medroso! – ele ouviu a voz de Sara dizer, e quando abriu os olhos ela estava sã e salva e segurando uma linda flor. Sã e salva, exceto pelo arranhão em seu braço.
- Vamos ver quem é medroso quando a mamãe chegar e ver seu machucado.
- Ai, tá doendo. – ela choramingou, sentindo o ferimento, passada a descarga de adrenalina.
- A gente pede um “bandeidi” pra Lú.
- Não! Aí ela vai saber. Eu vou ficar de castigo.
A cumplicidade fraterna brotou e o menino se encheu de uma coragem repentina, nunca fora covarde de fato, só precavido - Então eu pego o “bandeidi” pra você.
O menino foi até o quarto, subiu na cama, com todo cuidado para não acordar a babá. Em pé na cama abriu uma das portas do armário, em seguida a gaveta mais alta, subiu nela e conseguiu puxar uma caixa que tinha na prateleira de cima do armário, era pesada, mas ele não deixou transparecer. Ele pegou a caixa, pôs na cama e achou os ban-aids. Quando foi devolver a caixa ao lugar, ele caiu, bateu a cabeça abrindo um corte na testa, a babá acordou.
No mesmo momento, a mãe dos meninos chegou, o rosto marcado por choro, trajando um vestido longo preto. As crianças alheias ao fato que ela tinha ido ao enterro de sua avó. Ela repreendeu as crianças, brigou com a babá, fez os curativos nos filhos. Em seguida filha estendeu-lhe uma linda flor.
- Não chora mamãe, essa flor eu e o Dan pegamos pra Vovó, mas pode ficar pra você.