Uma questão de escolha
Fica o aprendizado de que o tempo cura tudo;
Todo mundo passa por isso na vida. Só que alguns preferem carregar a dor pelo resto da vida e esquecem de viver! E outros... bem, esses deixam a dor no lugar onde encontraram! Isso é só questão de escolha.
Jonathan tem 26 anos é um rapaz muito inteligente, alegre, sonhador e tímido. Gosta de ouvir música no estilo de pop rock e/ou rock alternativo. Passa horas ouvindo suas músicas favoritas enquanto estuda ou ler algum livro. Ele é diferente da maioria dos rapazes de sua idade, pois não gosta muito de sair e passa a maior parte do tempo estudando Matemática, Física Quântica e Astronomia.
Jonathan nasceu em Paris e é o terceiro filho do casal Thierry e Jô. Seu pai era embaixador francês e sua mãe era uma brasileira que trabalhava para o Governo Federal. Seus pais se conheceram em uma viagem em que ambos fizeram à França. Sua mãe Jô adorava aquele país e fez essa viagem em companhia de sua melhor amiga, podemos dizer que, elas eram amigas desde a infância quando ambas moravam no interior de Minas Gerais. Seu pai Thierry tinha acabado de chegar a Paris depois de ter passado 2 anos e meio trabalhando nos Estados Unidos. Essa foi, sem dúvida, as melhores férias de sua vida, pois foi nessa viagem que ele conheceu Jô a sua esposa.
Jô gostava de contar a estória de como ela conheceu Thierry e Jonathan adorava ouvir e muitas vezes ele ficava imaginando se encontraria alguém especial da mesma forma em que seus pais se conheceram. Jô sempre iniciava sua narrativa assim:
“Era um dia ensolarado de verão quando eu e minha amiga Martha resolvemos dar uma volta pela cidade e visitar alguns lugares famosos de Paris. Depois de andar muito decidimos enfrentar uma fila enorme e comprar os bilhetes para subir e conhecer a tão famosa Torre Eiffel. Compramos os bilhetes e subimos pelas escadas para aproveitar melhor o lugar e conhecer aquela bela estrutura. Era cansativo subir, mas estávamos tão empolgadas com a subida e com as pessoas passando e tirando fotos que o cansaço logo se desfez. Conhecemos cada cantinho da Torre Eiffel e tiramos várias fotos. Na descida, encontramos um bom lugar para fazer um lanche. O restaurante localizava-se no segundo nível da Torre. Ficamos encantadas com o lugar. O cardápio possuía uma boa variedade de pratos. Não demoramos muito, pois tínhamos marcado com um grupo de brasileiros que estavam no mesmo hotel para sair à noite e conhecer a cidade luz. Quando saímos da Torre Eiffel fomos direto para o hotel que ficava a poucos metros de onde estávamos. Ao atravessar a rua fui surpreendida por um “louco” que estava guiando uma bike desgovernada. Bem, fui atropelada e tive alguns ferimentos no braço, na perna e na cabeça, porém Martha nada sofrera. Algumas pessoas que transitavam no local correram para ajudar e o rapaz que provocou o acidente também se feriu, mas foi bem prestativo. Ele nos levou para um pronto-socorro próximo e pagou todas as despesas. Até então eu não tinha olhado para o rapaz que me atropelou. Ele falava rápido e estava meio que em choque com a situação ou pra falar a verdade ele estava nervoso. Mas quando tudo se normalizou e o médico falou que eu já podia ir pra casa, então só assim consegui olhá-lo. Bem, algo fascinante aconteceu e eu praticamente perdi o fôlego. Ele era alto, branco, corpo atlético, lindo e muito educado, assim como você Jonathan, só que ele tinha uns olhos expressivos e num tom cinza bem diferente, acho que foi isso que mais me encantou nele! Ele era fascinante e encantador.” Foram com essas duas palavras: “fascinante e encantador” que sua mãe finalizou a estória.
Jonathan lembrava cada detalhe, pois foram inúmeras vezes que sua mãe contava e ele sempre prestava atenção no que ela dizia. Seus pais estiveram casados por 20 anos e eles morreram quando Jonathan era muito jovem.
Depois da morte de seus pais, Jonathan foi morar com seus tios que deram todo amor e carinho. Ele morava próximo a Torre Eiffel e todo dia quando saia da universidade ele passava alguns minutos contemplando e relembrando as estórias de como tinha sido o encontro de seus pais.
Hoje, Jonathan acordou e lembrou de ter sonhado com sua mãe. Ficou deitado por alguns minutos sentindo aquela sensação boa de quase tê-la por perto. Isso o deixava tranqüilo, pois ele sabia que de onde sua mãe estivesse ela estaria protegendo-o. Ele fez uma oração e agradeceu pelo sonho que teve e que ainda lembrava, pois nem todo mundo consegue lembrar dos sonhos assim que acorda. Jonathan pressentiu que aquele dia seria diferente, pois ele não sentia mais aquela dor da saudade que o manteve preso por longos anos. Ao levantar abriu a janela e viu os primeiros raios de sol do dia, o céu estava azul e um vento frio trazia aquela sensação de uma manhã de primavera. Ficou parado em frente à janela e permaneceu por alguns instantes, ouviu os cantos dos pássaros, as vozes das pessoas que conversavam na rua e sentiu o cheiro de café. Sentia-se bem como há muito tempo não sentia.
Depois de saborear um bom café da manhã, ele resolveu passear. Colocou uma roupa leve, camisa branca, bermuda jeans e calçou um tênis. Pegou seu Ipod e colocou músicas mais vibrantes e começou a cantarolar. Um novo mundo foi apresentado a ele em cores, cheiros, sabores, sensações e esperança.
Jonathan se preparou para uma longa caminhada. Foi ouvindo os principais hits da parada musical jovem e ficou embriagado com aquela sensação boa. Passou pela Av. Gustave Eiffel e seguiu em frente passando pela Torre Eiffel, depois pela Pont d’léna atravessando a Av. des Nation Unies e indo direto aos Jardins do Trocadéro. O Trocadéro é o ponto de encontro das pessoas e é, sem dúvida, uma das melhores vista da Torre Eiffel. Achou um bom lugar pra sentar e ficou apreciando o dia lindo e a quantidade de pessoas que transitavam pelos jardins do Trocadéro. Ficou cerca de 1 hora observando tudo, curtindo a manhã ensolarada e as suas novas músicas.
Nesse tempo em que ficou sentado ele pensou na vida e então se deu conta dos anos que tinha deixado pra trás por não conseguir viver por estar entorpecido pela dor. Ele tinha aprendido a viver em um mundo particular, com poucos amigos e carregava dentro de si uma tristeza enorme. Pensou nos dias de tristeza, de medo e principalmente no vazio que a perda de sua mãe havia lhe causado. Diante todos esses medos e dores ele pode perceber que para as dores invisíveis não há prontos-socorros no plano físico.
Então Jonathan percebeu que o sonho que teve com sua mãe começou a surtir efeito, pois algo dentro dele estava mudando e aquele inquilino indesejado chamado tristeza que invadiu por um bom tempo, agora estava de malas prontas indo embora e dando lugar a paz. Jonathan amava muito sua mãe e não teve tempo para demonstrar tudo aquilo que sentia. Na verdade, quando o amor é sentido com intensidade e é verdadeiro, não morre. Apenas esse sentimento fica ali tranqüilo só esperando um momento, uma lembrança para tudo reavivar novamente. O segredo é não deixar a tristeza dominar e ter esperança de que a morte não é o fim de tudo e que um dia eles se reencontrarão novamente.
Jonathan nasceu em Paris e é o terceiro filho do casal Thierry e Jô. Seu pai era embaixador francês e sua mãe era uma brasileira que trabalhava para o Governo Federal. Seus pais se conheceram em uma viagem em que ambos fizeram à França. Sua mãe Jô adorava aquele país e fez essa viagem em companhia de sua melhor amiga, podemos dizer que, elas eram amigas desde a infância quando ambas moravam no interior de Minas Gerais. Seu pai Thierry tinha acabado de chegar a Paris depois de ter passado 2 anos e meio trabalhando nos Estados Unidos. Essa foi, sem dúvida, as melhores férias de sua vida, pois foi nessa viagem que ele conheceu Jô a sua esposa.
Jô gostava de contar a estória de como ela conheceu Thierry e Jonathan adorava ouvir e muitas vezes ele ficava imaginando se encontraria alguém especial da mesma forma em que seus pais se conheceram. Jô sempre iniciava sua narrativa assim:
“Era um dia ensolarado de verão quando eu e minha amiga Martha resolvemos dar uma volta pela cidade e visitar alguns lugares famosos de Paris. Depois de andar muito decidimos enfrentar uma fila enorme e comprar os bilhetes para subir e conhecer a tão famosa Torre Eiffel. Compramos os bilhetes e subimos pelas escadas para aproveitar melhor o lugar e conhecer aquela bela estrutura. Era cansativo subir, mas estávamos tão empolgadas com a subida e com as pessoas passando e tirando fotos que o cansaço logo se desfez. Conhecemos cada cantinho da Torre Eiffel e tiramos várias fotos. Na descida, encontramos um bom lugar para fazer um lanche. O restaurante localizava-se no segundo nível da Torre. Ficamos encantadas com o lugar. O cardápio possuía uma boa variedade de pratos. Não demoramos muito, pois tínhamos marcado com um grupo de brasileiros que estavam no mesmo hotel para sair à noite e conhecer a cidade luz. Quando saímos da Torre Eiffel fomos direto para o hotel que ficava a poucos metros de onde estávamos. Ao atravessar a rua fui surpreendida por um “louco” que estava guiando uma bike desgovernada. Bem, fui atropelada e tive alguns ferimentos no braço, na perna e na cabeça, porém Martha nada sofrera. Algumas pessoas que transitavam no local correram para ajudar e o rapaz que provocou o acidente também se feriu, mas foi bem prestativo. Ele nos levou para um pronto-socorro próximo e pagou todas as despesas. Até então eu não tinha olhado para o rapaz que me atropelou. Ele falava rápido e estava meio que em choque com a situação ou pra falar a verdade ele estava nervoso. Mas quando tudo se normalizou e o médico falou que eu já podia ir pra casa, então só assim consegui olhá-lo. Bem, algo fascinante aconteceu e eu praticamente perdi o fôlego. Ele era alto, branco, corpo atlético, lindo e muito educado, assim como você Jonathan, só que ele tinha uns olhos expressivos e num tom cinza bem diferente, acho que foi isso que mais me encantou nele! Ele era fascinante e encantador.” Foram com essas duas palavras: “fascinante e encantador” que sua mãe finalizou a estória.
Jonathan lembrava cada detalhe, pois foram inúmeras vezes que sua mãe contava e ele sempre prestava atenção no que ela dizia. Seus pais estiveram casados por 20 anos e eles morreram quando Jonathan era muito jovem.
Depois da morte de seus pais, Jonathan foi morar com seus tios que deram todo amor e carinho. Ele morava próximo a Torre Eiffel e todo dia quando saia da universidade ele passava alguns minutos contemplando e relembrando as estórias de como tinha sido o encontro de seus pais.
Hoje, Jonathan acordou e lembrou de ter sonhado com sua mãe. Ficou deitado por alguns minutos sentindo aquela sensação boa de quase tê-la por perto. Isso o deixava tranqüilo, pois ele sabia que de onde sua mãe estivesse ela estaria protegendo-o. Ele fez uma oração e agradeceu pelo sonho que teve e que ainda lembrava, pois nem todo mundo consegue lembrar dos sonhos assim que acorda. Jonathan pressentiu que aquele dia seria diferente, pois ele não sentia mais aquela dor da saudade que o manteve preso por longos anos. Ao levantar abriu a janela e viu os primeiros raios de sol do dia, o céu estava azul e um vento frio trazia aquela sensação de uma manhã de primavera. Ficou parado em frente à janela e permaneceu por alguns instantes, ouviu os cantos dos pássaros, as vozes das pessoas que conversavam na rua e sentiu o cheiro de café. Sentia-se bem como há muito tempo não sentia.
Depois de saborear um bom café da manhã, ele resolveu passear. Colocou uma roupa leve, camisa branca, bermuda jeans e calçou um tênis. Pegou seu Ipod e colocou músicas mais vibrantes e começou a cantarolar. Um novo mundo foi apresentado a ele em cores, cheiros, sabores, sensações e esperança.
Jonathan se preparou para uma longa caminhada. Foi ouvindo os principais hits da parada musical jovem e ficou embriagado com aquela sensação boa. Passou pela Av. Gustave Eiffel e seguiu em frente passando pela Torre Eiffel, depois pela Pont d’léna atravessando a Av. des Nation Unies e indo direto aos Jardins do Trocadéro. O Trocadéro é o ponto de encontro das pessoas e é, sem dúvida, uma das melhores vista da Torre Eiffel. Achou um bom lugar pra sentar e ficou apreciando o dia lindo e a quantidade de pessoas que transitavam pelos jardins do Trocadéro. Ficou cerca de 1 hora observando tudo, curtindo a manhã ensolarada e as suas novas músicas.
Nesse tempo em que ficou sentado ele pensou na vida e então se deu conta dos anos que tinha deixado pra trás por não conseguir viver por estar entorpecido pela dor. Ele tinha aprendido a viver em um mundo particular, com poucos amigos e carregava dentro de si uma tristeza enorme. Pensou nos dias de tristeza, de medo e principalmente no vazio que a perda de sua mãe havia lhe causado. Diante todos esses medos e dores ele pode perceber que para as dores invisíveis não há prontos-socorros no plano físico.
Então Jonathan percebeu que o sonho que teve com sua mãe começou a surtir efeito, pois algo dentro dele estava mudando e aquele inquilino indesejado chamado tristeza que invadiu por um bom tempo, agora estava de malas prontas indo embora e dando lugar a paz. Jonathan amava muito sua mãe e não teve tempo para demonstrar tudo aquilo que sentia. Na verdade, quando o amor é sentido com intensidade e é verdadeiro, não morre. Apenas esse sentimento fica ali tranqüilo só esperando um momento, uma lembrança para tudo reavivar novamente. O segredo é não deixar a tristeza dominar e ter esperança de que a morte não é o fim de tudo e que um dia eles se reencontrarão novamente.
Fica o aprendizado de que o tempo cura tudo;
Todo mundo passa por isso na vida. Só que alguns preferem carregar a dor pelo resto da vida e esquecem de viver! E outros... bem, esses deixam a dor no lugar onde encontraram! Isso é só questão de escolha.