Felicidade, aonde estás?

Querido diário, hoje meu dia não foi nada agradável (...)

Senti-me "sozinha" em meu quarto escuro.. não havia nenhum vestígio de luz ou sequer de uma vida habitando aquele local. Mas sim, eu estava lá. A solidão sentou-se ao meu lado e fez-me pensar em coisas absurdamente terríveis... tentei não ligar, mas aquilo foi me soando como algo agradável e acolhedor. Fui seguindo seus conselhos, mergulhei-me totalmente em um mundo obscuro, onde só eu e minha nova companheira éramos capazes de compreender. Sua companhia era agora a melhor que eu já tive em todo o decorrer de minha vida. Era algo simples e frágil, mas ao mesmo tempo satisfazia todas as minhas necessidades e me ajudava a livrar-me de meus problemas, mesmo que depois isso viesse me atormentar novamente. Agora, já totalmente consumida por aquele clima depressivo, mas ao mesmo tempo revigorante, começo a refletir sobre minha juventude. Meu passado anda lado a lado com meu presente, não sei como farei para consertar meus erros cometidos por imaturidade e irresponsabilidade da minha parte. Mas espere, ela está sussurrando algo em meu ouvido (...) ela disse que tem uma solução para esse meu problema condenativo... ouço atentamente suas palavras que ecoam pelo quarto vazio, fazendo com que aquele longo e doloroso silêncio venha ser agora um breve e confortante momento. Ela diz coisas meio que impossíveis de serem feitas por mim, mas lembro-me que ela me faz bem e sigo-a passo a passo para que algo dê certo pela primeira vez em minha vida (...) Que sensação maravilhosa, sinto aquilo percorrendo meu braço como se fosse uma mão delicada acariciando-me... sinto meu sangue escorrendo e ouço-o cair no chão suavemente, quebrando novamente aquele silêncio. Espere, há algo de errado comigo, não sinto mais nada, estou totalmente sem forças (...) mãe? O que a senhora está fazendo aqui? O que aconteceu? O que são esses curativos em meu braço? (...)

Querido diário, mais uma vez fracassei em minha missão de tentar ser feliz.

Será que a felicidade não sabe da minha existência? Será que ela foge de mim assim como fujo da tristeza? Será que realmente existe felicidade nesse mundo tão cruel? Será...?

Akarth
Enviado por Akarth em 10/11/2013
Código do texto: T4564949
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