AVIÃOZINHO DE PAPEL

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     Ella passava todos os dias, religiosamente, em frente àquela casa antiga, um sobrado de dois andares e cores sóbrias, com grandes janelas gradeadas. Numa das janelas, um rostinho de criança sorria para fora, numa alegria inocente, jogava um aviãozinho de papel cuidadosamente colorido.        
   Ella achava estranho ver que aquela criança nunca saía do quarto, sempre vendo o mundo através daquela janela, sorrindo de um jeito tão puro e espontâneo, e ainda ter a capacidade de presenteá-la com seus aviõezinhos coloridos.
   Ella seguia seu destino sem se dar conta da magia daquele gesto. Guardou um ou outro aviãozinho, por mero desencargo de consciência. 
    Em uma determinada manhã, porém, a criança não apareceu, não teve aviãozinho colorido, a janela não se abriu... Havia naquela manhã, naquela casa, naquelas pessoas um clima de tristeza, uma névoa de dor pairava no ar...
         
                Emanoel voou para o infinito...       
 

Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 09/11/2013
 
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 09/11/2013
Reeditado em 09/11/2013
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