Ironia

Quem ela era? Quem ela queria ser?

A maioria das pessoas já tinham as respostas para tais perguntas, mas ela... Ela não fazia a menor ideia de como respondê-las.

Ela poderia ser só mais uma garota doce ou romântica, arrogante ou cética, indelicada ou enfadonha, mas, ela não sabia o que era e infelizmente, reconhecia que: saber do que ela gostava ou não, saber o que ela defendia ou não, não faria com que ela descobrisse quem ela era.

Diante dos seus problemas percebia que nem fracassar conseguia, não que ela não soubesse perder, mas a vida havia lhe ensinado que no final ela conseguiria, só para que o velho ciclo se iniciasse novamente. Aquele ciclo monótono de "lutar para ter" que todos consideravam essencial para que o caráter e a personalidade fossem construídas.

Ela não tinha fobia social, mas não conseguia fazer amigos. Não nasceu feia, mas não sabia ser bonita. Era educada e foi privilegiada com a arrogância. Sabia atrair olhares, mas não sabia como mantê-los.

Acho que no fim das contas, ela era só uma adolescente normalmente estafada que encarava intensamente a descoberta mais pertinente do mundo, a verdade que ela considerava absoluta, sua frase favorita: "Só sei que nada sei". E isso a tornava a ironia solene da vida, já que, como todos diziam: "Os adolescentes acham que sabem de tudo".

Larissa Stein
Enviado por Larissa Stein em 30/10/2013
Reeditado em 14/04/2015
Código do texto: T4549212
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