Sorvete derrete????
Inicio dos anos 70. A euforia toma conta da pequena e pacata cidade do interior, a primeira sorveteria chega na cidade. Festa para os abonados, afinal o nobre recinto não era para todos.
Para crianças então era o sonho impossível entrar na Sorveteria do Romeu e ainda mais impossível para Celina, uma menina de poder aquisitivo baixo, mas dotada de muita inteligência e carisma.
A sorveteria do Romeu, ficava no caminho para o colégio, sendo que todos os dias havia um deslumbre do tal fadado sonho.
- Celina, voce nem vai acreditar; seu tio Nico esta vindo para cá nos visitar!!
Pronto! Na noticia contada por sua mãe, estava a chave para a realização do encanto da pequena Celina que tinha plena consciência do esforço de seus pais para manter as despesas da casa e não se atrevia a pedir dinheiro para seu pai para realizar um simples desejo.
O tio rico que ia ao menos uma vez por ano visitá-las sempre trazia presentes de todos os tipos, era um homem de bom coração e sempre grato a irmã por tê-lo criado com carinho. Ele tinha essa divida de gratidão para com a mãe de Celina.
Desse dia até a chegada do tio, Celina passava na porta da sorveteria já imaginando os sabores de sorvetes que pediria, imaginava aquelas grandes taças coloridas, com sabores e formas diferentes. Enfim, seu desejo estava quase se concretizando.
Enfim o grande dia; Tio Nico chega na cidade. Só festa! É fato que ele tinha envelhecido alguns anos, mas sempre generoso e de bom coração e dessa vez não chegou sozinho, trouxe tambem os dois primos de Celina a quem tinham grande afeição.
Logo de inicio, até parecia que ele adivinhava pensamentos, abriu a gorda carteira, tirou algumas notas e mandou todos a sorveteria. Ah que felicidade!! Inenarrável, incontável!!!
Celina nem sabia o que pedir diante da figura do sisudo Sr Romeu, até que calçou a cara e lançou uma pergunta:
_Sorvete derrete??
_Não, claro que não!! responde com má vontade o Sr. Romeu
Sem titubear, Celina pegou seu sorvete colorido, disfarçou dos olhares de seus primos e num gesto rápido e sorrateiro escondeu com toda astúcia em seu pequeno embornal. Sem pestanejar, correu rumo a sua casa.
Toda esbaforida e ansiosa escondeu-se em seu quarto, bem caladinha, como quem fez arte, para saborear sozinha seu tão sonhado sorvete de sonhos, um sonho esperado, mas para espanto de todos só se ouviu o grito:
_ Mãe!!! Meu sorvete fugiu de mim!!!!!!!! Só sobrou meleca!!!
Quanta desilusão, que pesadelo abominável perder seu sorvete, só lágrimas e lágrimas, um verdadeiro caos, o retrato do final do mundo para Celina. Uma verdadeira meleca.
Nada consolava a pequena, até que seu sábio pai a colocou em seu colo e explicou a pequena de olhos ainda molhados de tanto chorar; que a vida deve ser vivida de momento em momento e que experiências devem ser guardadas na alma, compartilhadas e que os sonhos devem ser guardados sim mas sempre com o desejo da realização.
Seu primo Antonio, que chegou em casa todo preocupado e presenciou toda a cena catastrófica, todo terno pegou Celina pelas mãos e com uma meiguice tamanha levou novamente a pequena à sorveteria do Sr Romeu.
Dessa vez Celina apreciou o verdadeiro sabor do acontecido, mesmo que a principio tenha sido traumático, a experiência tomou forma e ainda faz parte dos momentos da vida da não mais pequena Celina, pois afinal sorvetes derretem, mas os sonhos jamais!
Inicio dos anos 70. A euforia toma conta da pequena e pacata cidade do interior, a primeira sorveteria chega na cidade. Festa para os abonados, afinal o nobre recinto não era para todos.
Para crianças então era o sonho impossível entrar na Sorveteria do Romeu e ainda mais impossível para Celina, uma menina de poder aquisitivo baixo, mas dotada de muita inteligência e carisma.
A sorveteria do Romeu, ficava no caminho para o colégio, sendo que todos os dias havia um deslumbre do tal fadado sonho.
- Celina, voce nem vai acreditar; seu tio Nico esta vindo para cá nos visitar!!
Pronto! Na noticia contada por sua mãe, estava a chave para a realização do encanto da pequena Celina que tinha plena consciência do esforço de seus pais para manter as despesas da casa e não se atrevia a pedir dinheiro para seu pai para realizar um simples desejo.
O tio rico que ia ao menos uma vez por ano visitá-las sempre trazia presentes de todos os tipos, era um homem de bom coração e sempre grato a irmã por tê-lo criado com carinho. Ele tinha essa divida de gratidão para com a mãe de Celina.
Desse dia até a chegada do tio, Celina passava na porta da sorveteria já imaginando os sabores de sorvetes que pediria, imaginava aquelas grandes taças coloridas, com sabores e formas diferentes. Enfim, seu desejo estava quase se concretizando.
Enfim o grande dia; Tio Nico chega na cidade. Só festa! É fato que ele tinha envelhecido alguns anos, mas sempre generoso e de bom coração e dessa vez não chegou sozinho, trouxe tambem os dois primos de Celina a quem tinham grande afeição.
Logo de inicio, até parecia que ele adivinhava pensamentos, abriu a gorda carteira, tirou algumas notas e mandou todos a sorveteria. Ah que felicidade!! Inenarrável, incontável!!!
Celina nem sabia o que pedir diante da figura do sisudo Sr Romeu, até que calçou a cara e lançou uma pergunta:
_Sorvete derrete??
_Não, claro que não!! responde com má vontade o Sr. Romeu
Sem titubear, Celina pegou seu sorvete colorido, disfarçou dos olhares de seus primos e num gesto rápido e sorrateiro escondeu com toda astúcia em seu pequeno embornal. Sem pestanejar, correu rumo a sua casa.
Toda esbaforida e ansiosa escondeu-se em seu quarto, bem caladinha, como quem fez arte, para saborear sozinha seu tão sonhado sorvete de sonhos, um sonho esperado, mas para espanto de todos só se ouviu o grito:
_ Mãe!!! Meu sorvete fugiu de mim!!!!!!!! Só sobrou meleca!!!
Quanta desilusão, que pesadelo abominável perder seu sorvete, só lágrimas e lágrimas, um verdadeiro caos, o retrato do final do mundo para Celina. Uma verdadeira meleca.
Nada consolava a pequena, até que seu sábio pai a colocou em seu colo e explicou a pequena de olhos ainda molhados de tanto chorar; que a vida deve ser vivida de momento em momento e que experiências devem ser guardadas na alma, compartilhadas e que os sonhos devem ser guardados sim mas sempre com o desejo da realização.
Seu primo Antonio, que chegou em casa todo preocupado e presenciou toda a cena catastrófica, todo terno pegou Celina pelas mãos e com uma meiguice tamanha levou novamente a pequena à sorveteria do Sr Romeu.
Dessa vez Celina apreciou o verdadeiro sabor do acontecido, mesmo que a principio tenha sido traumático, a experiência tomou forma e ainda faz parte dos momentos da vida da não mais pequena Celina, pois afinal sorvetes derretem, mas os sonhos jamais!