Mona 23
Mona respirava com dificuldade. Estava parando para descansar pela sexta vez desde que começara a correr pelas ruas. Começou quando ela estava caminhando – seu passatempo favorito – e avistou algo curioso. Não sabia bem o porquê, mas precisava alcançar aquilo e olhar bem para ele. Muitos quarteirões e algumas esquinas e ela ainda não estava nem perto.
- Mas aonde é que foi?
Parou de correr e começou a caminhar, pois estava muito exausta. Em seu trajeto, observou uma criança chorando e brigando com outra por causa de um brinquedo. Alguns passos depois, viu um homem de meia idade brigando, pois seu carro havia acabado de ser golpeado por outro numa batida.
Tudo parecia curioso, mas Mona só queria saber daquilo que perseguia. Nem parou para saber onde estava. Ela começava a ficar cansada, porém não queria desistir. Queria continuar, mesmo perdida, mesmo com os pés calejando, mesmo com seu vestido vermelho todo suado.
A noite havia chegado e Mona mirava as estrelas – em verdade procurava a Lua – pensando por que iria tão longe. Pensou ter enxergado coisas ao ver névoa, um anjo, uma garotinha familiar e uma enfermeira.
Por fim, Mona parou em frente ao prédio em que morava. Um precipício estava diante dela caso pretendesse continuar andando. Leu a placa do prédio e disse:
- Curioso. Mas hoje não.
Mona seguiu seu caminho em busca daquilo que a deixou tão curiosa.