A IMPORTÂNCIA DO SORRISO

No vai e vem apressado das pessoas, não havia tempo para olhar e ver uma senhora, morena, de baixa estatura que morava naquela praça. Diziam que a tal senhora chamava-se Maria. E era só o que sabiam sobre ela.

Numa manhã ela apareceu na praça e ficou. Contavam também que era uma professora que sucumbiu a perda do filho. Desde então vivia pelas ruas. Mas a verdade é que quase ninguém notava aquela senhora. Era só mais uma. Quase todos, menos Ana, uma menina de sete anos que estudava no colégio próximo. Durante meses, a senhora sorria sempre que encontrava o rosto branco da menina, que prontamente retribuía o carinho. Não havia palavras, só o sorriso mútuo.

Até que um dia, ao entrar no carro da mãe, algo chamou a atenção de Ana:

- Mãe, por que ela não sorriu?

- O que menina?

- A moça, não sorriu.

- Qual moça?

- A moça que fica sentada no banco da praça. Hoje ela não sorriu.

- Vamos embora filha. Tenho muito que fazer.

- Mas, mãe... Ela sempre sorri.

- Vamos?

- Não mãe, ela sempre sorri... Vamos lá...

- Vamos lá? Nem pensar...

- Por favor...

Depois da insistência, Vivian, a mãe, encostou o carro e foi com a filha até o banco da praça. Quando chegaram próximo, Vivian reparou que a senhora estava muito pálida. Ana foi logo falando:

- Olá amiga, você não sorriu...

Maria não atendeu. Viviam ao notar o olhar vago da mulher, disse a filha:

- Ana, venha. Acho que ela está passando mal. – Pegou o telefone e ligou.

Dez minutos depois, a ambulância chegou ao local.

Depois dos primeiros atendimentos, oficial médico do Corpo de Bombeiros informou:

- Ela sofreu um AVC. Vamos levá-la para o hospital. Alguém a conhece? Sabe o nome? Alguma informação?

Viviam respondeu:

- Pelo que sei, não. Ela vive aqui na praça.

Neste momento, Ana gritou:

- Eu sei quem é ela!

O Médico olhou surpreso. Baixou até a altura da menina e perguntou:

- Sabe? Então me diga...

- É a moça que sorri pra mim todos os dias...