O Sonho e a Realidade de Ser Pai
Desde muito jovem eu tinha o sonho de ser pai; o tempo foi passando e eu, sempre trabalhando em busca de meus objetivos profissionais.
Aos vinte e cinco anos de idade, já estava bem realizado profissionalmente e o desejo de ser pai aumentava cada vez mais dentro de mim, mas como realizar esse sonho? Quando iria encontrar a mulher que iria compartilhar comigo algo tão precioso em minha vida?
Até que um dia, quando completara 28 anos, em visita a um amigo, uma adolescente filha do mesmo que estava com apenas quatorze anos de idade, se declarou apaixonada por mim.
Eu gostava dela, mas tinha acompanhado seu crescimento desde os onze anos. Como eu, um homem adulto, iria namorar uma menina? Portanto, me fiz de desentendido e não alimentei nenhuma esperança nela.
Passaram-se alguns meses e eu fui trabalhar no estado do Mato Grosso por algum tempo. Quando voltei, encontrei uma mulher adulta, com seus dezoito anos, que para minha surpresa estava mais linda do que na adolescência. A surpresa maior foi de minha parte, pois senti que fiquei apaixonado assim que a abracei para cumprimentá-la.
Para minha felicidade, a paixão e o amor que senti foi retribuído por ela. Meu grande sonho começava a se realizar ali, naquele instante!
Aos dezenove anos, ela ficou grávida; faltando dois dias para completar vinte, nasceu nossa filha. Fui pai pela primeira vez aos trinta e quatro anos. Foi tudo tão mágico que eu não sabia como ser pai. Pensava que dando presentes para ambas estava assumindo a obrigação de pai. Puro engano! Tive que repensar todos os meus conceitos.
Quando completei 40 anos, minha esposa então com vinte e seis, me falou que gostaria de ter outro filho. Eu também queria muito. Alguns meses após nossa conversa ela engravidou e, para nossa alegria, nasceu um menino. Tudo perfeito! Já contávamos agora com a princesinha e o pequenino príncipe.
Nosso amor ficava cada vez mais sólido, mesmo tendo muitas pessoas agourentas falando que era questão de tempo para que ela percebesse a diferença de idade. Para nossa alegria e despeito dos que pensavam negativamente, nosso amor criou raízes profundas, e a paixão, o carinho e amor entre nós se fortalece a cada dia até hoje.
Narrei alguns acontecimentos acima, para agora falar realmente do sonho realizado. No início, como pai, eu pensava que era só curtir os filhos e mais nada.
Felizmente, podia contar com minha amada esposa, mesmo quatorze anos mais nova do que eu. Foi e é uma mãe exemplar! Assumiu com mestria o papel de mãe; foi ela quem me ensinou a ser pai, mostrando-me na prática que paternidade não é só trazer alimentos, roupas e brinquedos para os filhos. A presença e a participação do pai é muito mais profunda do que simplesmente dar as coisas materiais e brincar com eles quando “tirar um tempinho”.
O prazer maior em ser pai, está na educação e no carinho que deve ser dado diariamente. Com a preciosa e indispensável ajuda de minha amada e adorada esposa, realizei o sonho de ser pai e, principalmente aprendi a ser pai.
Vejo muitos homens agindo como eu pensava que era a vida após ter filhos. Eles representavam minha masculinidade, acima de tudo. Quanto engano! O papel de pai não passa só pelo processo de fecundar o óvulo e depois exibir seus filhos com orgulho de sua virilidade.
Hoje, minha filha está com vinte e seis anos, formada em Administração de Empresas, casada e me prometendo um neto. Meu filho com dezenove anos, também está cursando Administração, seguindo os passos da irmã que desde muito cedo demonstrava amor por ele, mesmo quando a perturbava em suas horas de estudo e de lazer com as amigas.
Eu aprendi com minha esposa, a educar nossos filhos com amor, carinho e, pelo exemplo. Hoje, onde quer que estejamos, nos orgulhamos pelos elogios que recebemos referente a educação deles e por saber que sempre falam que nos amam muito.
Para finalizar, reitero que tive e tenho muitos motivos para ser feliz, no entanto, o principal está no amor e carinho que há entre mim e a minha amada esposa, meus amados filhos e, para completar, um genro. Hum!
Tenho certeza e afirmo sem medo de errar: para os filhos crescerem e evoluírem psicologicamente, profissionalmente e, principalmente, como seres humanos, é preciso muita participação dos pais. Vejo muitas famílias que sofrem as consequências por não participarem ativamente na criação e evolução dos filhos. Os pais devem amar e fazer por merecer ser amados, mas isso não significa que muitas vezes os filhos possam passar livres de alguns sermões mais enérgicos. Na condição de criança e adolescente, os filhos têm que saber que o amor dos pais não passa somente pelo concordar em tudo para não desapontá-los.
Caso isso ocorra, os desapontamentos surgirão na faze adulta quando os mesmos terão que enfrentar o dia a dia em suas atividades fora de casa longe do pai e da mãe. Sou muito feliz por ter uma família maravilhosa. Mas sempre falo para meus queridos filhos que o respeito e a honestidade andam juntos com o sucesso.
Mario Garcia.