SEM LUZ

O menino acordou depois de vinte seis dias de coma. A mãe estava próxima e viu o movimento dos braços e pernas. Era o momento do reencontro.

Lembrou dos momentos de tortura que viveu na busca pelo atendimento que resultou no diagnostico tardio, com agravamento do quadro que começou com uma insistente dor de cabeça. Ao ser internado, o menino estava à morte, vitima de diabetes. Se sobrevivesse teria seqüelas.

“Mãe!” chamou com dificuldades. “Estou aqui”, respondeu vendo o pequeno abrir os olhos. “Por que está escuro?” perguntou. A mãe sabia o motivo, mas não sabia o que dizer. Só sentia as lágrimas do silêncio.

Nota do autor: Às vítimas do descaso, meu beijo e minha oração.