Um sono só

"Existe uma rivalidade entre os que trabalham no alto da muralha? Ou duas? Você sabe se tenho preparo para o estado? Tenho preparo? E o estado? Tenho preparo? E o estado? Tenho estado? E o preparo? Esse desafio é para certificar que você é um visitante, humano? Enquanto você ta aí cuidando de nós, percebeu que o carteiro tá comendo a sua? É verdade que dom Guessus curou o HIV da boca do cachorro? E eu lá sei? E eu lá vou? E cê lavou? E o pai é gay? Hein, mãe? O pai? Cê viu, Jesus? Cê viu? Alguma explicação explica tudo? Cê viu? Serviu? Servo? Tá servo? Tá cego? Você tem limitação para não entender o limite entre sociedade e não-sociedade? Tem medo? Tudo porque você optou em fazer direito!"

"Matina

Rotina

Atina

Retina

Franzina"

“Foi só um sono!” (várias vezes, expressão de alívio)

“Só um sono foi.” (várias vezes, pensativo)

“Um sono foi só...” (várias vezes, angústia)

“Sono foi só um!” (várias vezes, desespero. Soca o chão. Chora.)

Os “vozes” movem-se para trás, todos juntos, levando o lençol. Transeunte permanece deitado e é “ejetado” pelo lençol, já desamarrado e sem os cílios de papel. Bem-te-vis cantam e anunciam que já é de manhã. Escuta-se o despertador.

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(link para texto completo)

http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/4452481

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