Expansão no Shopping Trem...
Tarde de uma ‘pesada’ sexta-feira!
Após dias de frio intenso onde até ‘pinguim pedia cobertor’, um ‘pálido sol’ lutava contra a frente fria e pedia passagem...
Comumente deparo-me com situações de comercio ilegal no interior das composições nas linhas férreas que faço uso.
Criatividade e muita rapidez norteiam tal comércio. Certa ocasião, jovem que vendia barras de chocolate, saiu-se com essa: “Senhoras e senhores! Comprem aqui no Shopping trem, onde temos condições de negociar com preços altamente competitivo, pois não praticamos impostos embutidos e negociamos, por vezes, até pela metade do preço que os senhores pagariam por ai...”.
Achei interessantíssimo o comercial ‘desenvolvido’ pelo jovem e, à revelia do que apregoa as normas de utilização dos vagões dos trens das linhas férreas, até adquiri algumas barras do chocolate, que por sinal, eram os mesmos negociados por quase o dobro do preço que paguei, nas lojas devidamente estabelecidas que tem de enfrentar o grande custo dos impostos embutidos...
Há Lei interna nas empresas que exploram o transporte coletivo aqui em São Paulo e me sirvo de algo que ‘capturei’ no GOOGLE para um devido esclarecimento inicial: “O Corpo de Segurança da CPTM utiliza-se da ronda ostensiva, aquela em que seus agentes são identificados de imediato, em virtude do uso de uniforme e equipamentos, mas igualmente executa rondas com integrantes dissimulados de usuários comuns, de modo a não serem identificados. Em ambos os casos, estão compromissados com a consecução dos objetivos de inibir o cometimento de irregularidades (prevenção) e surpreender infratores e criminosos que estiverem na prática de atividades delituosas no interior do sistema (repressão).”.
Como faço ultimamente e de forma contumaz, estava ‘refastelado’ em banco reservado, segundo o que consta da Lei nº 10.012 de 13 de dezembro de 1985 como "Assento reservado para o uso de gestantes, mulheres portando bebês ou crianças de colo, idosos e deficientes físicos. Ausentes pessoas nessas condições, o uso é livre.", situado voltado ao sentido da ‘rodagem do trem’, ou melhor dizendo, no sentido horário. Um pouco à frente, lado oposto da composição, assento com as mesmas características daquele no qual eu me alojava, encontrava-se vago.
Em dada estação de parada, adentrou ao vagão uma jovem que imediatamente por lá acomodou-se e é bom frisar que apesar de que no presente contexto nada há que desabone tal atitude pois somente há transgressão as normas de uso quando nas situações de maior afluência de passageiros, um jovem usurpa e utiliza lugar que é destinado àqueles mais necessitados na presença deles, ferindo seus direitos como especificado anteriormente.
Retomando, “a partir da acomodação da jovem no assento reservado, sendo bom frisar novamente, que ela não ‘saltava aos olhos’ como nenhuma beldade sob quaisquer avalições do ponto de vista baseado nos estereótipos implementados acerca de beleza feminina!
No entanto, no contraponto, também não poderia ser classificada como um ‘monstrengo’, ainda segundo o que especifica o mesmo estereótipo que rotula o quesito beleza feminina!
Haveria, então, um enquadramento da jovem em questão em um rol mediano na classificação relativa ao ‘bem fotografar’. Segundo o que apregoam alguns machões de plantão que ousam atribuir notas às jovens que ‘pululam’ pelos transportes coletivos, numa escala de 0 a 10, estaria merecendo uma nota 6!
Observando, aqui e acolá, as ocorrências externas paisagísticas que se apresentam durante o percurso desenvolvido pela composição férrea, vez por outra meu olhar ‘en passant’ ‘resvalava’ na direção do banco do lado oposto e em sentido anti-horário em relação àquele que eu ocupava.
Em uma dessas ‘incursões visuais’, observei que a jovem havia lançado mão de um estojo de maquiagem , iniciando todo um processo de ‘ajuste no visual’. Primeiramente, um toque de batom nos lábios seguindo-se uma ‘escovada’ com um pó ‘róseo’ nas faces (com direito a leve ‘repuxada’ da boca contraída para o lado oposto ao da aplicação do pó...rs). Escovadas essas, devidamente monitoradas através de um espelhinho estrategicamente existente na tampo do estojo de maquiagem...
Sobre as pálpebras, escovadas de uma ‘tintura’. Inicialmente, com o ‘arregalar’ do olho auxiliado pelo dedo indicador da mão oposta que portava a ‘escovinha’. Pinceladas essas também devidamente monitoradas pelo ‘eficiente’ espelhinho...rs
Numa cronometragem perfeita do tempo, pelo que deduzi, quando houve o anuncio que o trem pararia em uma próxima estação, a jovem finalizou sua ‘pintura quase íntima’, desta feita devidamente ‘bisbilhotada’ por passageiro curioso e sem noção, fechou seu portátil estojo, guardando-o cuidadosamente em sua bolsa, levantou-se e, com a parada da composição e abertura das portas, saiu desfilando seu novo visual, para devida exibição sabe-se onde e para quem!