O ESTRANHO
Todos se divertiam naquele bar, depois de mais um dia de trabalho.
Era sexta-feira. A expectativa do final de semana e a sensação de liberdade provocavam os sorrisos, os abraços e as variadas conversas.
De repente ele entrou no ambiente.
Ninguém notou a figura alta e sombria.
Procurou uma mesa e encontrou depois de algum tempo, próxima a pilastra central.
Demorou alguns minutos para que o garçom o atendesse.
Pediu um conhaque.
Mergulhou no silencio.
Assim ficou.
Houve uma lágrima.
Ninguém notou.
Houve um pedido no olhar.
Ninguém percebeu.
Assim, ele voltou ao silêncio.
Aos poucos as pessoas voltaram para a suas vidas.
As mesas foram sendo limpas.
As cadeiras, arrumadas.
Um dos garçons foi até ele e perguntou: “Senhor quer mais alguma coisa?”.
Ele não respondeu.
Tinha a cabeça apoiada pelas mãos na posição de pensamento.
Os olhos, abertos fixavam alguma coisa.
“Senhor?”; Não respondeu.
“Senhor?”... “Estranho...” Tocou no braço do homem que desabou o rosto sobre a mesa.
Só aí que foi notado.