LOUCURA OU PRUDÊNCIA E SABEDORIA DE JOÃO?

João é um homem simples, humilde e lutador. É uma pessoa que acredita em Deus e na providência divina. Manifesta respeito a todas as pessoas, indistintamente.

João, por onde passa, manifesta o seu ser; mostra o que ele é, em atitudes e palavras. É um homem amante da vida e do conhecimento. Porém, deve-se afirmar que, mesmo sendo um homem simples, João, quando necessário, é um homem que mostra força. Na verdade, é a força da simplicidade que aparece.

Há pouco tempo, João está sendo objeto de curiosidade de algumas pessoas, em virtude de algumas manifestações dele em alguns ambientes. Pelo menos, é o que João imagina que esteja acontecendo. Afinal, João não é bobo; imaginar é algo positivo, desde que não seja uma obsessão.

João começou a estabelecer contato com Augusto. Há pouco tempo, João e Augusto não se conheciam.

Percebe-se que, pelos nomes, João e Augusto apresentam perfis sociais diferentes. Veja que eu disse: diferentes. Não significa que sejam perfis contrários; apenas diferentes. Se forem dois perfis contrários, sabemos, o tempo dirá.

Augusto mostra-se possuidor de conhecimentos ou informações importantes. Parece ser uma boa pessoa. Veja que eu disse: parece. Neste conto tudo é ou são suposições. Nada está definido. Somente a postura de João, diante da vida e do desconhecido, segundo este mesmo me diz, é e será uma postura definida, no que se refere a agir com prudência.

João vem sendo interrogado por Augusto. Este faz muitas perguntas ao primeiro. "São perguntas inteligentes", diz João. Destaco que, sempre que eles se encontram, Augusto elabora suas perguntas e as direciona a João. Ou será que as perguntas são elaboradas antecipadamente e, no momento em que se encontram, apenas são dirigidas a João? Não sei! Estou fazendo suposições.

João está bastante cuidadoso em relação a Augusto. Este poderá ser um mensageiro de alguém. É o que o homem simples está pensando, imaginando, supondo. Talvez Augusto esteja querendo sondar um pouco sobre João, a pedido de alguém ou por vontade própria. Talvez Augusto esteja querendo concorrer em conhecimento com João. Talvez esteja querendo mostrar conhecimento. Ou pode ser que Augusto queira apenas conversar com João, devido a uma afinidade que possa existir entre os dois; afinidade na busca do conhecimento, no senso crítico. Talvez seja a última suposição. Poderá ser tudo isso junto. Ou não?

João pensa que talvez seja simpático e, por isso, ele esteja sendo perscrutado por Augusto. Talvez seja Augusto quem esteja querendo ser simpático. Por isso, Augusto está procurando conversar com João e, sendo assim, veja a necessidade de fazer perguntas. Na verdade, pelo menos em palavras, João simpatiza com Augusto; Augusto simpatiza com João. Os dois já confessaram isso.

É importante destacar que, por prudência, João só mostra de si, por enquanto, aquilo que se pode mostrar a qualquer pessoa. Na verdade, João está agindo com bastante humildade. Ou será que é reagindo?

João diz a Augusto “não saber de nada”. João não mostra nada surpreendente. Sua atitude está consistindo em mostrar menos do que ele possui. Ele me disse que essa é uma postura socrática, para que, quando menos se esperar, ele (João) possa surpreender, se for necessário. Diz também que a postura de Augusto é socrática: perguntas elaboradas com a finalidade de descobrir o nível de conhecimento que o interlocutor possui.

João me disse que, geralmente, não fica exibindo conhecimentos, visto que, quando se exibe, às vezes, mostra-se pouco. Quando, no entanto, se mostra pouco conhecimento, poder-se-á surpreender posteriormente, apesar de, conforme me diz, João declarar que possui poucos conhecimentos. Quem, realmente, é João? Eis uma boa pergunta! Na verdade, João se mostra apenas quando ele mesmo quer.

João destaca que permanecerá sendo cauteloso. Ele diz que não é bom mostrar, de uma só vez, nem a ignorância que se tem, nem o conhecimento que se possui. É sempre bom, segundo ele, deixar que o tempo e as atitudes cotidianas digam às pessoas quem somos. Além disso, sabemos, há pessoas que gostam de investigar a potencialidade de outras pessoas. “Para não deixarmos que pessoas mal-intencionadas conheçam a nossa potencialidade, não devemos nos mostrar a quem conhecemos muito pouco”, afirma João, pois, segundo este, neste caso, “não sabemos com quem estamos conversando”. É necessário, então, mostrar só uma parte da potencialidade. É preciso preparar-se para o jogo, se é que existe um jogo.

Fica, pois, a pergunta: o que Augusto está querendo a respeito de João? Por favor, dê o seu parecer!

Um forte abraço!

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 11/08/2013
Código do texto: T4429524
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