Um fazendeiro, que já tinha sido muito rico em razão das rendas que tirava da sua fazenda, estava ficando muito preocupado, pois ultimamente ela não estava dando mais lucro. A plantação não prosperava, os animais não procriavam, os empregados pareciam todos desmotivados e não rendiam o que deles se esperava. Ele mesmo estava se sentindo desmotivado e infeliz. Como ele era uma pessoa muito supersticiosa, logo começou a achar que estava sendo vítima de algum “olho gordo” posto por algum concorrente. Então resolveu contratar um “pai de santo” para benzer a fazenda e tirar a “zica” que tinham posto sobre ela e sobre ele também.
O pai de santo, depois de alguns dias de estudo da situação, disse ao fazendeiro: “na verdade, tanto o senhor quanto a sua fazenda foram vítimas de uma macumba bem forte posta pelos seus concorrentes. Mas eu vou acabar com ela."
Então pegou uma garrafa de plástico, encheu com água, benzeu a garrafa, cantou uns mantras e disse algumas palavras numa língua desconhecida e a entregou ao fazendeiro, dizendo: “ Ande por todos os cantos da fazenda e em todos eles derrame um golinho desta água.”
Dito e feito. O fazendeiro foi á cozinha e logo percebeu que ali o cozinheiro desperdiçava mantimentos; foi ao curral e viu que os empregados não tratavam direito dos animais; foi á plantação e logo notou que o serviço ali não estava sendo feito corretamente. No escritório, o contador e o encarregado da administração, além de preguiçosos, estavam roubando nas contas. Em cada um desses lugares ele aspergiu um pouquinho da água benta, mas também demitiu os empregados desonestos e preguiçosos e contratou outros. Passou a cuidar dos negócios ele mesmo e todo dia fiscalizava os trabalhos pessoalmente. A fazenda prosperou e ele foi procurar o “pai de santo” para agradecer pela “santa água” que afastara o “olho gordo” da sua fazenda e da sua vida. E o pai de santo, candidamente lhe disse. “ Na sua fazenda e na sua vida, não havia macumba nenhuma atrapalhando. É o que o cavalo só engorda com o olho do dono."


João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 20/07/2013
Reeditado em 22/07/2013
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