AQUELE CARRO DE BOI

O carro de boi rengia a sua arcaíca engrenagem em pleno sol da manhã.Seguia com seu atrito puxado por alguns

bois,destinando-se mato adentro,enquanto seu zuzuca conduzia,de forma atenta e aplicada,livrando dos buracos

lagos e charcos enquanto o sol já despontava com seus raios fulgurantes.

Levava consigo uma algibeira com farinha e jabá e cantil para matar a sede pelo caminho quando fosse necessário

pois sua lida diária era distante,mas era feita com dedicação.Zuzuca era um vaqueiro de estimação naquela região

onde a distancia era longiqua de uma civilização da cidade,cuidando de animais que sempre fora a sua vontade, as

vezes até arriscava a dizer que vaquejar era uma bela ação que fazia quase todos os dias.

Nas margens da fazenda passava um ribeirinho,onde zuzuca deleitava e discretamente pescava para alimentar a

familia,gozando das premissas que a natureza com sabedoria lhe ofertava quase todos dias.Sempre foi um trampo

lin a sua vida,mas a vivacidade adquirida com o tempo,fazia-a transformar de maneira clara e pacifica.

Tinha arbitrio do patrão,para trabalhar conforme fosse a sua capacidade,afinal pouca leitura era o que não lhe com

pletava,mas contava qualquer novilha que que sumisse do bando,na hora de levar para o curral, ou de um lugar

para outro.Zuzuca tinha um cachorro chamado prejuízo que lhe acompanhava em qualquer jornada,assumia a fren

te nas caçadas,como se fosse empulsionado por um saber,e ajudava-o a levar a caça para casa,quase em todas

as vezes que o seu dono adentrava a mata desejada na hora precisa.

Existia um jua onde prejuízo acostumava deitar e as vezes ofegante com as patinhas cruzadas esperava seu dono

voltar,com seu carro de boi carregado rangendo de forma aguda indicando que precisava uma boa lubrificação.

E quando a tarde dava um adeus inerte aquele dia era sempre uma agonia a volta para a casa,no manto da escu

ridão pelas estradas de barro e poeira com destino ao seu torrão.

Zuzuca,ali nasceu,cresceu e viveu por muito anos e jamais deixou de lado a sua vida de vaqueiro,adorava se esti

mular e usar gibão,chapéu de couro,corda e tantos outros predicados que supria a sua vontade.Pinava aos trotes

a boiada,e logo em cima do seu cavalo saia a ajuntar levando-os de forma precisa para o curral.Dormia cedo, cedo

estava no curral colhendo o leite que era distribuido no comércio local.Assim zuzuca tinha a sua rotina do dia-a- dia

fadado a fazenda por muito tempos.Porém aquele carro de boi rangindo sempre foi um grande instrumento de tra

lho na sua vida,embora ainda com saudades lembre-se do cão perdigueiro denominado de prejuízo que sempre fo-

ra um amigo inseparável em seus dias de jornadas.

José Antonio Silva da Cruz

Lagoa redonda,02 jul 13

JOSÉ ANTONIO SILVA DA CRUZ
Enviado por JOSÉ ANTONIO SILVA DA CRUZ em 19/07/2013
Código do texto: T4394184
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