Mundo Cão - Capítulo 1
Cheguei em Juiz de fora numa sexta chuvosa, já se passava das 10 da manhã e fazia muito frio, mesmo sendo verão, já tinham me falado que o clima dessa cidade era meio doido, mas não imaginava que era tanto. Mas fazer o que né?!?! eu teria que me acostumar de qualquer jeito, visto que essa seria minha nova cidade. Já sentia muita saudade do Rio de Janeiro, mas voltar pra lá seria impossivel.
Oras, que cabeça a minha, esqueci de me apresentar. Me chamo Denis, tenho 17 anos, sou moreno, 1,75cm, olhos castanho e cabelo preto bem curto, sou magro e uso óculos. Sou meio nerd, adoro ler e assistir animes, minha mãe diz que sou desligado, mais eu não acho. Me mudei para Juiz de Fora pra começar meu curso de Psicologia na UFJF. Bem, não mudei só por causa do curso, na verdade, depois que assumi para minha família que sou gay, o clima em casa ficou insuportável. Meu pai, muito machista, e quando contei que gosto de garotos, ele me deu uma surra de amargar. Depois disso, decidir ir embora de casa, passei no vestibular da UFJF e com a ajuda, escondida, de minha mãe, conseguir alugar um quarto numa república.
Peguei um táxi, indiquei o endereço da república ao taxista, e lá ia eu pra minha nova residência. Não sabia muito bem como era a república, eu aluguei o quarto as pressas, visto que faltava quase uma semana para começar as aulas na universidade. Eu fechei negócio com o dono da república, um senhor simpático chamado Pacheco.
O táxi parou enfrente a uma casa bonita e grande. Paguei e desci do táxi, fui andando até o portão e fiquei quase dez minutos apertando o interfone e nada. Estava ficando impaciente com aquilo, poxa eu tinha avisado que ia chegar e não tinha ninguém me esperando, que falta de consideração.
- Oi
Tinha alguém atrás de mim, e quando me virei pra olhar quem era quase cair pra trás. Um cara lindo, um verdadeiro deus grego, gente! Branco, forte, alto, cabelo preto e olhos cor de mel, e estava me encarando, ele estava com uma camisa preta larga e um short e todo suado.
- tah procurando alguém da república?
- Por que tah preguntando? - não conseguia nem pensar direito com aquele cara lindo me encarando, e acabei sendo grosseiro sem querer.
- Porque eu moro aí, e vi que você tava tocando o interfone.
- Você mora na república??? - Não acreditei na hora, aquele deus grego na mesma república que eu.
- Sim, por quê do espanto???
Ele sorriu ao perguntar isso, e sorrindo ficou ainda mais perfeito.
- Eu sou o Dênis, o novo morador da república. - Falei, tentando disfarçar minha excitação perante ele. - Acho que o senhor Pacheco esqueceu de avisar a vocês, pois, não têm ninguém me esperando. Rsrs
- kkkk ah, o interfone tah quebrado. - O Marcelo ficou em casa te esperando, mas o folgado deve tah dormindo. Kk
- Ahh tah, que bom, menos mal. Kkk
- Bem, então vamos entrar?!?!
Ele correu pra abrir o portão, deixou eu passar e quando estavamos chegando na porta, ele virou do nada em minha direção, ficando cara a cara comigo...
- Me esqueci de me apresentar, sou o Kiko - disse sorrindo pra mim e estendendo a mão.
Nos cumprimentamos.
- Prazer, Kiko. Espero que sejamos bons amigos.
- E seremos! Adoro fazer novas amizades, e vamos morar juntos, seremos tipo irmão, cara.
Kiko além de lindo, era bem alegre e simpático. Entramos na casa. A casa estava toda limpa e cheirosa, nem parecia que era uma república de rapazes. A sala era espaçosa e bem clara, os móveis antigos,mas, bem conservados que dava um toque todo especial ao lugar.
- Olha só! - Disse Kiko apontando pro sofá - Tah dormindo, não falei!
Lá estava o Marcelo, dormindo no sofá, todo largadão. O Kiko não perdeu tempo e foi logo acordando o amigo.
- Acorda, Bela adormecida. O novo inquilino já chegou.
- Já??? - O Marcelo deu um pulo do sofá. - Mas, eu nem ouvi o interfone, cadê ele?
- O interfone tah quebrado animal. E o Denis está ali. - Disse, apontando pra mim.
- Oi, tudo bem? - disse, tentando disfarçar o riso.
- Olá, Seja Bem- Vindo, eu sou o Marcelo.
Marcelo, Já veio me abraçando e dando boas vindas. O Marcelo era um cara branco, um pouco mais alto que eu, cabelo castanho e usa óculos, tinha um jeito estranho, meio atrapalhado, mas que dava um charme especial a ele.
Kiko e Marcelo me apresentaram a casa toda. Estava adorando tudo, e os dois eram bem divertidos e me deixava super a vontade. Pedi pra ligar pra minha mãe
- Alô - Quando ouvi a voz de minha mãe quase chorei.
- Oi mãe - Falei segurando o choro.
- Oi meu filho, você já chegou na república?
- Já. Ela é ótima, o pessoal bem legal, estou adorando, mãe.
- Que bom meu filho.
Conversamos por mais um tempo, ela encheu meus ouvidos de conselhos e recomendações. Nos despedimos e desliguei. Fui atrás do Kiko e do Marcelo, os dois estavam no quarto, e pareciam está descurtindo. Bati na porta e o Marcelo se assustou.
- Pode entrar, Dênis. - Disse o Kiko todo sorridente. - Então, já falou com sua mãe?
- Sim. Já toh morrendo de saudade dela.
- Ahh é assim mesmo, daqui a pouco você esquece um pouco do ninho.
- É sim.
- Bem, então Dênis, você vai dividir o quarto com o Yago - Disse Kiko, como uma cara estranha.
- Tah bom. Estou ansioso pra conhecer meu companheiro de quarto. - Eu tava realmente animado com tudo, mais o Marcelo jogou um balde água fria em mim.
- Se fosse você não ficava tão animado assim...
- Cala boca, Celo. Para de ficar colocando medo no cara.
- Medo?? Por que? - Eu, realmente fiquei tenso na hora.
- O Yago é cara muito dificil de aturar, mas é legal. Só não dar muita ideia pra ele e não deixe ele nervoso, aí tudo ficará bem, veí. - Kiko, disse isso e logo depois abriu aquele belo sorriso. - Bem, vamos preparar o almoço que o povo deve tah chegando já.
Fomos pra cozinha, eu ajudei o Kiko e o Celo a fazer o almoço, o Kiko era ótimo na cozinha. 13:30hrs, mais ou menos, os outros começaram a chegar. Todos simpáticos, me deram boas vindas e me trataram muito bem. Lipe e Bruno também eram muito bonitos (deus, eu cair num ninho de gatos rsrs). Lipe era moreno, mais ou menos 1,80cm, cabelo negro todo espetadinho, olhos azuis e um corpo todo certinho. O Bruno era branco, 1,70cm, cabelo vermelho (ele muda a cor do cabelo todo mês rs), olhos castanhos e magro, com um estilo meio Punk rebelde.
O almoço saiu já era quase 4 da tarde. Nessa hora, as meninas chegaram. Camila, Denise, Mônica e Agatha, moravam numa república feminina na mesma rua que a nossa. Camila era namorada do Lipe, Uma bela morena, de seios grande, ela era alegre e faladora. Denise era namorada de Bruno, uma bela Nipônica, assim como namorado, é rockeira. Mônica, uma morena jambo, corpo esbelto e seios fartos, era uma garota arrogante e se achava a melhor em tudo (sim, não fui com a cara dela!). Por ultimo, Agatha, essa era um doce, linda, simpática e inteligente, nerd e meio tímida, tudo estava bom pra ela.
Nosso almoço rolou numa boa, comemos, conversamos e nos divertimos muito com as piadas do Lipe e do Kiko. Todos ficaram me fazendo um monte de perguntas sobre minha vida no Rio, pra não estragar o clima, não contei os motivos que me fizeram sair de casa e nem que era gay. Não que eu queira esconder minha opção, só não achei aquele um momento adequado pra esse assunto.
Estavamos todos conversando na sala, já tinha anoitecido e todos queriam sair para curti a noite. Eu não tava afim, e disse que não ia, pois estava cansado da viagem e tava com um pouco de dor de cabeça e que ia ficar pra arrumar as minha coisas. Eles ficaram tentando me convencer, principalmente o Kiko que não se conformava de eu não querer ir.
- Tem certeza que não quer ir?
Eu já estava no meu novo quarto, abrindo minhas malas. Quando ele chegou na porta. Ele estava uma tentação, com uma camisa social preta listada bem colada ao corpo, uma calça jeans apertada e com um perfume embriagante. Podia ficar ali admirando - o dias, talvez anos. Mas, ele me fez voltar a terra... (Que saco!)
- Dênis? Tah tudo bem contigo, veí.
- ahh, tah sim... Tudo bem.
- Que bom... Pô, cara anima aí. - Ele fez uma cara de cachorro pidão, quase pulei em seu pescoço, mas me segurei.
- Foi mal, Kiko. Hoje não toh afim, e fora que tenho que arrumar essas coisas.
- Kikinho, vamos amorre. - Mônica chegou abraçando o Kiko por trás. Isso me deu uma raiva.
- Já toh indo, só tava tentando convencer o Dênis a vim com a gente.
- Ele já disse que não quer ir. Deixa ele em paz, seu chato.
Mônica saiu puxando Kiko pelos braços. Minha antipatia por ela aumentou mais ainda. Kiko se saltou dos braços dela e correu até a porta do quarto.
- Tchau. Durma bem, qualquer coisa me liga - Disse isso, e me deu um papel.
- VEM LOGO, KIKO! - a vaca gritou e ele saiu correndo.
O papel tinha o número de telefone dele.
- Esse garoto vai me deixar louco! - Disse pra mim mesmo.
Fiquei sozinho em casa, arrumando minhas roupas no guarda - roupa. O tal Yago tinha deixado uma parte pra mim. Afinal, ele não deve ser tão mal, como o Celo me falou. Acabei de colocar minhas roupas no guarda- roupa, com muito custo, ele deixou uma parte muito pequena pra mim, mas tudo bem. Por mais, que os outros fale mal do Yago, estava doido para conhece -lo, não resistindo a tentação, abrir seu lado do armário. O cara tinha estilo, devo admitir, cheio de roupa de marca e com um cheiro delicioso.
- Ele deve ser um metido. - Pensei comigo.
Eu tava admirando suas roupas, de repente meus olhos fixam numa caixa. Uma caixa pequena com uns desenhos abstratos tralhados na tampa, eu peguei a caixa, a curiosidade era tanta, que nem reparei que não estava mais sozinho.
-QUEM É VOCÊ? E POR QUE ESTÁ MEXENDO NA MINHAS COISAS?