MINICONTO
MINICONTO
Funcionário aposentado do Banco do Brasil, auferindo bom rendimento. Casal de filhos no exterior. Ficou viúvo, aos 82 anos. A solidão lhe pesava. Amigos de pescaria. Apresentei-lhe uma noiva. Quarentona, solteira, aparência regular, forte, de família modesta. Convencia-a casar, argumentando que ela ficaria com a metade dos proventos da aposentadoria, caso ele morresse. Uma boa quantia. Apesar de boa saúde, exagerava na bebida. Dito e feito, morreu nem ao menos completar dois anos de casados, sofrendo de fortes dores no estômago . Falência generalizada de órgãos, foi o atestado de óbito.
Estava pescando lá em Coxim e conversava com o dono de farmácia local, quando entrou a recém-viúva do amigo bancário. Ela não me conheceu. Após ela sair, indaguei se ele a conhecia. Disse que possuía família na cidade e era uma freguesa habitual em adquirir arsênico. Para quê? Para matar ratos, justificava.