MINHA JAQUETA DISFORME

Ora, não me julgue pelo que visto!

Sou assim, meio disforme, meio errado e egocêntrico. Quem não é?

Ando pelas ruas e escrevo livros... Falo do que não sei, pois, se do que sei eu falasse, na verdade eu nada falaria. Minto. Digo verdades, como um sorvete e leio um livro.

Certa vez me perguntaram quem eu sou...

Até hoje não respondi... Sou passarinho que passou a passear, um sabiá que nada sabia... Um peixinho que não sabia nadar... Um homem, humano, tangível e passível do que não se toca. Sou alguém, sou mais! Sou alma e céu, chão e papel, música, ritmo, samba, rock e piano.

Sinto olhos curiosos em mim... Certamente perguntam “por que el’é assim?

Respondo, com calma e talvez um pouco de rancor...

-Por que não sou, oras! Não sou quadrado, não sou círculo, octógono e nem mesmo Icoságono! Não sou juiz, médico, professor ou saco de lixo... Não sou uniforme. Sou o infinito e o infinito, em mim, é tudo o que eu sei – ou não sei.

Preciso bater ponto. Jogo fora o cigarro e bebo o resto do café.

Por cima desse pesado uniforme uso essa jaqueta disforme que me aquece

Chamada poesia.

Isabella Cunha
Enviado por Isabella Cunha em 28/06/2013
Reeditado em 28/06/2013
Código do texto: T4363126
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