Ver, Ou... Deixar de Ver
Esse ano, mais do que em qualquer outro, senti uma grande vontade de ir a uma Festa Junina e me divertir como fazia quando morava em minha cidade natal – Joaçaba-SC. Manifestei o desejo como nos anos passados. E fui em frente. Todos os meus amigos convidados, a noite organizada com todos os requisitos necessários para caracterizar uma “Noite de São João” - desde a comida, até as bebidas e o cuidado com as roupas próprias para a ocasião.
Vestida com uma camisa grande masculina, um Blazer harmonizando (sempre adorei camisas masculinas), da cintura para baixo, resolvi dar o toque que faltava: uma calça jeans rasgada nas coxas e botas de saltos altos. Na cabeça, um chapéu estilo caubói tentava dar maior disfarce à minha feminilidade, mas sem muito sucesso. Me sentia brega, mas linda!
Minha casa ficou cheia. Cheia de amigos e vizinhos, cheia de alegria. O “quentão” fazia o maior sucesso na noite gelada, a dança estava especialmente bonita aos meus olhos vez em quando molhados com lágrimas de alegria.
Tudo estava quase perfeito... Querer perfeição é exigência que não cabe para ser feliz.
A festa chegou ao fim. Que noite maravilhosa! Ouso o uso da palavra “jamais” para dizer que não vou esquecê-la, JAMAIS!
Com o fim de minha tão sonhada festa, sem medo de errar e sem fazer abuso do termo, tenho a dizer que a imaginação é a MAIOR capacidade que os seres humanos possuem.
Eu não vivi essa festa na realidade. Eu a vivi onde ninguém pode me tirar o direito de viver o que eu quiser viver. Na mente! Criei cada detalhe e vivi cada riquíssimo detalhe dela.
Toda uma noite vivida e sentida em pouco mais de uma hora com os olhos fechados...
Às vezes, é preciso enxergar algo onde não existe nada. Outras, é preciso deixar de ver...