A Aranha da Michelle

Michelle é uma dessas dondocas que vive dando furos homéricos quando se trata de se relacionar com pessoas simples, animais e conviver com a natureza.

Moça nascida e criada na cidade, acreditem, casou-se com um rapaz simples e de origem humilde, que sempre que pode vai visitar seus pais e tios na roça.

Sempre a contragosto, ela o acompanha, protagonizando algumas cenas que para muito de nós é motivo de divertimento.

De cachorro então ela tem pavor. Outro dia chegando em nossa chácara, a inofensiva cachorrinha NALA, começou a latir pra ela, até como forma de recepção.

- Aí tia, ela está latindo prá mim... Reclamou Michelle

- Lógico minha filha, nossa cachorrinha ainda não aprendeu a falar! Respondeu prontamente sua tia.

Logicamente teve que pagar esse mico, diante de todos.

Ela adora peixes, principalmente lambaris bem fritos. Mas não pesca, por nojo de minhocas (pequenas) e limpar peixes muito menos. Mas come bem...

Outro dia estávamos na casa do meu cunhado Antonio, e havíamos pescado vários e fomos limpa-los.

Meu cunhado José (um sacana) escolheu uns graúdos, tirou as escamas, porém fritou com barrigada e tudo, avisando com antecedência a todos, menos a Michelle.

À noite, quando prontos ela foi uma das primeiras a se servir. Procurando escolher, evidentemente os maiores. Não deu outra: Comeu lambaris “recheados”.

Coitadinha!!!

Certa ocasião, em visita aos sogros em Minas Gerais, saiu com o marido e o filho para um passeio pelas redondezas da chácara.

Seu marido vendo algumas laranjas maduras do outro lado da cerca, atravessou-a para apanhá-las. Pediu a ela que o ajudasse. É ruim heim!!

- Ah amor, não vou atravessar esses arames “felpudos”

- Farpados amor!!! Corrigiu seu marido.

- Isso mesmo, esses arames “falpados”!!!

O Pobre teve que colher as laranjas, sozinho. Mas com certeza ela chupou...

Mas o melhor ainda estava por vir. O que justifica o título deste conto.

Em outra visita em nossa chácara, resolveram fazer pousada.

Acontece que ela tinha verdadeira neura por aranhas. E por lá apareciam algumas.

Como de costume, fizemos uma inspeção em todos os cômodos da casa e não encontramos nenhuma.

Ao entardecer, estávamos sentados próximo ao fogão à lenha conversando e ela estava encostada na parede.

Parece castigo, mas apareceu uma enorme caranguejeira armadora próximo a perna, justamente da nossa menina.

Alguém pediu para que ela saísse de lá, e ela percebendo a situação, olhou para aranha e soltou um grito estridente que quase mata a aranha de susto.

Coitada.. da aranha!

Por esse motivo é que, sempre que aparece alguma aranha por lá, alguém comenta:

- Ah essa é das grandes, mas não chega nem perto da aranha da Michelle!!!

Paulo Kostella
Enviado por Paulo Kostella em 17/06/2013
Código do texto: T4345172
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