Ama-te a ti mesmo

Ele olhou para o mundo à sua volta, sorriu e caminhou lentamente sem olhar para trás, indiferente como um jogador de xadrez no final da partida. Nada mais conseguia assustá-lo ou magoá-lo, pois este cortou todos os laços com as ilusões que envolvem o mundo. O coração palpitava em seu peito, dançando alegremente o ritmo sinfônico da vida. Ele havia percebido que era o único ser a quem devestes o amor absoluto, pois este o acompanharia eternamente pelas áscuas da vida até o calvário umbroso da morte. E de repente, das profundezas daquele ser frio e obscuro, revelou-se a luz da essência da vida, justamente quando desistira da luta. Brilhou-se em seus olhos o mais precioso de todos os bens, o dom da vida; preenchendo o vazio que carregara há muito em seu interior. Ele sentia-se completo em si mesmo. Dependente da felicidade de si próprio e devoto a si mesmo.

Segurou para que o sorriso não lhe rasgasse os lábios, pois este já não conseguia conter a felicidade que brotava em seu ser. Estava sozinho no mundo, somente à companhia de si mesmo, e por mais que buscasse a solidão, ele não a alcançava, pois preencheu a si mesmo com a essência de seu próprio ser. Agora, por onde ele andava o hino da vida parecia brindar as boas vindas à sua nova percepção de mundo. Dá cinzas de se sua própria vida, surgiu-se uma nova vida flamejante como o brilho das estrelas. Ele sorriu para a vida, e esta retribuiu o mesmo para o seu interior, e a refulgência do mundo espelhou em seus olhos.

Ele não mais buscava as respostas para a vida, pois no momento em que percebeu que era a própria vida, e tudo o que nela habita, nada mais precisaria ser conhecido, pois a verdade que se escondia por atrás da vida, era exatamente a essência de vivê-la, amá-la, até que dancemos nos braços da morte.

As dores do mundo ainda habitavam àquele ser que acabara de despertar, mas a dor em sua essência, quando vista além de seu sofrimento, esconde ensinamentos preciosos. Ele sorriu, fechou os olhos e mergulhou em si mesmo, e lá, nas camadas mais profunda de seu ser, ele pôde ver que a vida em si era uma só coisa, e nunca houve separação alguma entre os seres. Quando ele amou a si mesmo, ele amou a toda existência…

Nishi Joichiro
Enviado por Nishi Joichiro em 15/06/2013
Reeditado em 15/06/2013
Código do texto: T4342804
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.