"Professora"
O que eu não havia notado sobre ela, é que, embora, soubesse muito de literatura, gramática, não tinha o pensamento de escritora e, não tendo esse tipo de pensamento, jamais, conseguiria interpretar um bom texto. A arte de escrever é oriunda da arte de ler. Temos que nos concentrar no: pensar sobre o pensar.
– Era feia fisicamente; baixinha, obesa, torta, com roupas mal combinadas, olhos fundos e um óculos maior que, o mundo!
O barato é que, ela era professora de língua portuguesa e, corretora de redações. –Nada passava despercebido. Cada vírgula, pontuação e concordância fora do lugar era motivo para danificar a nota.
Havia ouvido falar muito dela, bem antes de descobrir que seria minha professora. Esperava mais dela, entretanto, por eu ser praticamente autodidata ( Acredito que todos somos). Nunca parei para julgar o modo de um professor dar aula, afinal, eles estão lá apenas para tirar dúvidas e, despertar a nossa curiosidade para o conhecimento. O conteúdo esta nos livros, na internet. Definitivamente não precisamos deles pra isso. Minha intenção também não é diminuir a importância do professor, mas para haver um progresso todos precisam observar o seu papel. – ok, continuando a descrevê-la... O pior ainda está por vir. – Como tinha gosto para a maldade! Era rabugenta, árdua, com um humor mais negro que a noite. Tinha uma risada diabólica que emitia ondas sonoras superpotentes. Gostava de apelidar os outros, gostava de gargalhar mostrando seus dentes amarelados com os olhos bem arregalados para que visse a pessoa que fez de chacota.
Certo dia, resolvi segui-la até o carro e para minha surpresa a vi dentro do carro chorando. Fiquei comovido pela situação, afinal, havia pensando tão mal dela. Então fui chegando mais perto, achei que ela já havia me visto, então, resolvi seguir mais adiante.
No mesmo instante escutei o carro acelerar e, quando a olhei, lá estava ela rindo e apontando o dedo do meio para mim. Ela havia me enganado fingindo o choro.
- Idiota! Gritou ela.
Foi aí que perdi o controle e exclamei: Gorda filha da puta!