(QUASE) FERIDA...
Atarefada em meus afazeres, como sempre, não percebi o que estava acontecendo (eu que sou absolutamente ligada em minhas gatinhas para nada lhes acontecer de ruim). Babi, a menorzinha, de seis meses de idade, recém completados, tentara escalar a geladeira imensa, que eu tenho na cozinha, imitando a irmã de dois anos que, num pulo só, vai do balcão ao lado, para o topo e descansa lá em cima, toda poderosa, como se rainha fosse. E é.
Ouvi um barulho e corri até a cozinha; Babi havia escorregado, na lateral lisa da geladeira, tentando subir de uma só vez, sem escala no balcão. Pura ingenuidade de meu bebê. Estava caída no chão, de costas e miando, toda dengosa, um chorinho de dor e manha. Elas são muito manhosas, eu as deixei assim. Fiquei apavorada; estaria ela muito ferida?
Assim que tentei pegá-la nos braços, para ver se o estrago havia sido grande, já preparada para correr com ela para o pronto socorro veterinário, Nina, desceu rapidamente do topo da geladeira, direto para o chão e miava, como um pedido de socorro para a irmãzinha ferida. Aproximou-se e começou a lambê-la, da cabeça aos pés e não parava de miar para que eu fosse socorrê-la.
O quadro era emocionante. Nina lambendo Babi e esta, de olhinhos fechados, curtindo o carinho. Quando fui pegá-la no colo para examinar a ferida, ela se levantou, ligeira e feliz, pulando para todo canto, como é seu hábito. Os olhinhos azuis espertos de sempre, tranquilizaram-me. Fora apenas um susto e Nina curou-a do trauma do tombo. Então, o mais surpreendente aconteceu. Nina se deitou e Babi lambeu-a toda, como agradecimento e retribuição do mimo.
Os animais têm uma sensibilidade que algumas pessoas não conhecem. Nem de longe sabem o que é isso. E, como se não bastasse, tem gente que ainda os maltrata, como se o bichinho não sofresse, não sentisse dor. Alguns seres, dito racionais, devem ter tantas feridas no coração, endurecendo-o, de tal forma que a emoção não consegue atingi-los, tornando-os cruéis e insensíveis. Pobres humanos!
Este texto faz parte do EC do Encanto das Letras “FERIDA”
Para conhecer outros textos, acesse:
(http://encantodasletras.50webs.com/ferida.htm)
Ouvi um barulho e corri até a cozinha; Babi havia escorregado, na lateral lisa da geladeira, tentando subir de uma só vez, sem escala no balcão. Pura ingenuidade de meu bebê. Estava caída no chão, de costas e miando, toda dengosa, um chorinho de dor e manha. Elas são muito manhosas, eu as deixei assim. Fiquei apavorada; estaria ela muito ferida?
Assim que tentei pegá-la nos braços, para ver se o estrago havia sido grande, já preparada para correr com ela para o pronto socorro veterinário, Nina, desceu rapidamente do topo da geladeira, direto para o chão e miava, como um pedido de socorro para a irmãzinha ferida. Aproximou-se e começou a lambê-la, da cabeça aos pés e não parava de miar para que eu fosse socorrê-la.
O quadro era emocionante. Nina lambendo Babi e esta, de olhinhos fechados, curtindo o carinho. Quando fui pegá-la no colo para examinar a ferida, ela se levantou, ligeira e feliz, pulando para todo canto, como é seu hábito. Os olhinhos azuis espertos de sempre, tranquilizaram-me. Fora apenas um susto e Nina curou-a do trauma do tombo. Então, o mais surpreendente aconteceu. Nina se deitou e Babi lambeu-a toda, como agradecimento e retribuição do mimo.
Os animais têm uma sensibilidade que algumas pessoas não conhecem. Nem de longe sabem o que é isso. E, como se não bastasse, tem gente que ainda os maltrata, como se o bichinho não sofresse, não sentisse dor. Alguns seres, dito racionais, devem ter tantas feridas no coração, endurecendo-o, de tal forma que a emoção não consegue atingi-los, tornando-os cruéis e insensíveis. Pobres humanos!
Este texto faz parte do EC do Encanto das Letras “FERIDA”
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Ótimo início de semana a todos!