Último suspiro
A árvore ficou distante dos meus olhos... Frutos não caem sobre o árido chão, nos sertões que ninguém vê e pouco se importa. O menino, com a barriga roncando de fome, grita por comida e ninquém o escuta, a não ser a mãe. Ela chora... A casa não é casa, é um casebre que ao vento pode transformar-se em escombros. As meninas brincam de amarelinha, como se nada tivesse acontecendo e de repente uma cai desmaiada de fome. A tia grita: - Lurdinha desmaiou...Panos quentes, saindo do fogão à lenha vão em sua testa. Ela revira os olhos e sonha com festa e doces ao dar o último suspiro. Assim vão caindo um a um no Nordeste, onde a fome é um animal sempre à espreita. A avô grita...Clama por chuva e derruba as panelas vazias no fogão à lenha. A vaca tá prenha e não tem leite... A Lua chora e o meu pranto escorre sobre o frio papel onde escrevo versos...
Tony Bahi@.
A árvore ficou distante dos meus olhos... Frutos não caem sobre o árido chão, nos sertões que ninguém vê e pouco se importa. O menino, com a barriga roncando de fome, grita por comida e ninquém o escuta, a não ser a mãe. Ela chora... A casa não é casa, é um casebre que ao vento pode transformar-se em escombros. As meninas brincam de amarelinha, como se nada tivesse acontecendo e de repente uma cai desmaiada de fome. A tia grita: - Lurdinha desmaiou...Panos quentes, saindo do fogão à lenha vão em sua testa. Ela revira os olhos e sonha com festa e doces ao dar o último suspiro. Assim vão caindo um a um no Nordeste, onde a fome é um animal sempre à espreita. A avô grita...Clama por chuva e derruba as panelas vazias no fogão à lenha. A vaca tá prenha e não tem leite... A Lua chora e o meu pranto escorre sobre o frio papel onde escrevo versos...
Tony Bahi@.