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FAZ PARTE


Ele já não era mais um garotinho e, muito menos, um garotão. Mas achava que dava para o gasto. Afinal, do alto de seus anos já vividos, ainda se via em boa forma. Não tinha vícios preocupantes; o único que se permitia era bater uma sueca com os amigos de geração, nas mesinhas que ficam na orla da praia. E, de vez em quando, uma cervejinha amiga.
 
Certo dia de muito calor, após “n” partidas jogadas, foi ao quiosque mais próximo refrescar-se com uma geladíssima água de coco. Tomava sempre o líquido de canudinho, e depois pedia ao quiosqueiro que abrisse o coco e mandava ver a polpa. Ficava bravo quando o coco não era bem dotado. Desta vez, estava ideal: muita água e muita polpa.
 
Saboreava aquela delícia dos deuses quando percebeu uma bela morena olhando para ele. Pensou: deve ser coincidência. Não era. Ela mantinha o olhar fixo sobre ele, que ficou um tanto desconcertado. A beldade também saboreava uma água de coco no mesmo quiosque.

De tanto ser encarado, fez um discreto sinal convidando-a a sentar-se a seu lado. Ela assentiu a chamada e veio chegando, sorridente. Cabelos compridos e sedosos, olhos azuis, dentes perfeitos, corpo escultural e... muito mais nova do que ele. Achou-se o máximo.
 
Conversa vai, conversa vem e ele já todo animado e cheio de razão, pois a bela dava-lhe toda a atenção possível, com um sorrisinho maroto, como querendo dizer-lhe: “estou a fim de você!”.
 
Percebendo isso e na certeza de que iria se dar bem, resolveu lançar a isca. No exato instante em que a bela ia dar-lhe o SIM, acontece o inesperado. . . Sua mulher sacode-o na poltrona da sala e diz com todas as letras: “acorda homem, o almoço está na mesa”.
 
Para completar, o pior de tudo é que ele nem gostava da comida que a “patroa” havia preparado.
 
 
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