NASCEDOURO DO EXISTENCIALISMO. Lia de Sá Leitão – 28/04/2013
NASCEDOURO DO EXISTENCIALISMO.
Lia de Sá Leitão – 28/04/2013
O século XX foi palco das ebulições universais tão cruéis quanto as guerras travadas pelos hominídeos guardiões do fogo.
O homem se mostrou poder persuasivo nas palavras para a glória da supremacia de uma única raça.
Foi capaz de subestimar outros povos, apontar a sua supremacia enquanto saberes científicos, cultura, credo, formações econômicas, manter a eugenia ideológica e patológica de castidade e pureza exigindo extinção de etnias julgadas como sub-raça, a escolha dos gêneros humanos, macho e fêmea como a única politicamente correta e agradável a Deus.
A guerra, as opressões, a luta cultural e das liberdades de gênero, principalmente a mulher que era vista com os olhares medievos de portadora da sujeira menstrual e inapta ao trabalho fora dos domínios domiciliares e era a mesma mulher que paria a vida dos homens viris.
A filosofia viva a ebulição do mundo, fosse de qual lado o certo havia uma corrente que sacudia os pensamentos de liberdade, progresso, sexo, musica, literatura, arte, em tudo estava ali presente, pulsante a filosofia e os olhares sociológicos arrebatam uma fatia das preocupações assim como a ética, a fé ou ateísmo, a solidão e a angústia, as vivencias existenciais e a o desapego e desamparo, o sentimento inexplicável de construir o destino sem necessariamente estar vinculado à ortodoxia escolástica, é ser no mundo, e construção de história e ser Historia.
O surgimento do existencialismo se deu ao fato da rigidez cientificista da época, nada variava, tudo era exato, não havia contestação para as questões lineares e cartesianas. Não havia margem para se discutir o homem e sua vida real, a sua existência na Terra, o homem e a relação estabelecida entre um e outro.
Qual a explicação lógica que estabelecia a ordem do homem na mesma classe de outros seres catalogados nas ciências naturais?
A psicologia ascendia nos estudos como o homem um ser mecânico, mensurado em suas ações nunca questionado em seus atos, sofrimentos e angústias.
A situação da psique humana vai tomar um novo impulso com a Psicanálise, essa valorizava s subjetividade, o consciente e o inconsciente, as percepções, os sonhos, a mente era o alvo principal dos seus estudos e o corpo mecânico ficava para outros saberes.
Evolui o Behaviorismo que se propunha chegar aos saberes das relações causais pelo comportamento diante da vida real, aquilatando a racionalidade.
O existencialismo chega para elevar o homem enquanto ser único, sem as observações dos raciocínios que prendem o homem às cadeias dos seres vivos e os rotulam em crises como fruto dos estudos em tópicas teóricas sem a possibilidade de um fechamento concreto do homem ser o que é.
O existencialismo enlaça o homem pela sua singularidade de experiências únicas.
Desta feita, o Existencialismo se coloca como elos movidos pela reflexão do ser ai, do ser no mundo, do contexto histórico e da liberdade de escolha ocasionando direitos inerentes aos desejos de ser levando em consideração aspectos diversos da construção de vida do homem. Assim sendo o homem é visto como um somatório de toda a esperiencia dotada de racionalidade, inteligência, sensações, emoções,
O homem não é um ser apenas dotado de subjetividade e memórias há também a racionalidade, as escolhas e assim o moto continuo da vida entre a sensação do ser ai e as ações para o vir a ser.
A Psicologia Existencial aparece no mundo dos homens como a terceira tendência; a integração do homem universal em seu habitat original.
O EXISTENCIALISMO
O Existencialismo propõe a responsabilidade individual do ser e dos seus atos incluídos no caos criado pelo próprio homem devido as suas criações e vontades. Assim sendo os existencialistas afirmam o poder e o direito do homem ser o mediador e o juiz de sua existência e interação social. É dado ao teólogo e filósofo, Søren Aabye Kierkegaard, nasscido em Compenhague 5/05/ 1813 falecido na mesma cidade de Copenhague aos 11/11/1855 o título de criador do Existencialismo, posteriormente tendo Jean Paul Sartre, francês; Martin Heidegger, alemão e outros .como Heidegger, Jaspers, e Merleau-Ponty
Os homens são dotados de compreensão do que é a consciência da consciência intuindo portanto a liberdade que possui em dirigir a sua própria vida sem se limitar desnecessariamente racional, moral ou emocionalmente. O sentimento de liberdade de escolhas entre o sim e o não oferece a condição do nada ou não ser, a situação que atenta ao pavor ou a angústia.
A corrente escolhida por Kierkegaard se posiciona na na ética e na moral cristã e o credo que promove a consciência da prática do bem.
Kierkegaard se estabelece nos valores teológicos em que a resignação humana está no cumprimento das vontades de Deus o que estabelece uma vivencia angustiante ao se volver para as várias etapas do existir humano.
Opondo-se a Heidger, filósofo e pai da Fenomenologia, por considerar a angústia humana uma causa à parte dos credos religiosos e sim essa angústia é a durabilidade do homem vivo, o ser ai, ser- agora. Relacionando o ser que existe à plena efemeridade pois o homem é real do nascimento até a sua certeza mortal.
Enfim, o ser humano é a grande enigma, o maior questionamento do existencialismo devido a essência e a natureza. O homem tornou-se o problema central com sua concretude de amor e ódio, vida e morte, trabalho e ócio.
O existencialismo vê o homem exato sem contaminação idealista ou idealizada das abstrações e devaneios sobre a sua natureza real e dessa maneira, a vida tem um tempo que deve ser vivido e vivenciado somando em seu final a história de um ser e da sua existência sobre a Terra. Desta feita, são atribuídos aos homens as escolhas, suas causas e consequências, portanto, servem de contraforte na existência humana as angústias dos sofrimentos nas seleções dessas escolhas.
O existencialismo não vê a liquidificação do homem no meio em que se representa na sociedade pois há concretude em seus valores e em sua individualidade, no desbravamento do dia a dia e na construção de seu cotidiano, o homem é per si, existe e não é um mero pontuar subjetivo e abstrato dizia Sartre que a existência precede a essência, é um ser em construção, o homem faz o que ele é..
O EXISTENCIALISMO SEGUNDO KIERKEGAARD
Kierkegaard propõe uma teoria singular para o existencialismo devido a afirmação que a existência humana não é em si própria, existe Deus regendo o universo e os homens e os preceitos cristãos transcende o mero existir de vida e morte para uma existência plena, verdadeira, incólume que se segue através do pensamento e da reflexão do fazer o bem somado aos compromissos e riscos que causam a angústia e o dissabor.
O homem carecia viver o cristianismo autentico fé e religião.
"Algum dia até,não somente os meus escritos,mas a minha vida e todo o complicado segredo do seu mecanismo serão minuciosamente estudados." Kierkegaard.
O existencialismo para o comum dos filósofos e estudiosos se condiciona ao homem ser-ai, ser na morte, ampliando a existencia à exatidão das escolhas e de sua construção de vida enquanto ser individual, trabalhador ou não, produtivo ou não, mas sempre construtor de suas ações.
Kierkegaard proclamava a penitencia como aspecto principal do cristianismo radical sem as aventuras oferecidas pelo universo secular e essa celebração dessa vida de aventuras jamais encontraria a paz interior devido as impurezas experimentadas na devassidão, convivida a lassidão dos homens, a indolência, o pânico e as angústias da alma o que resultaria na perversão do espírito rejeitado pelos domínios celestes e purificações deístas.
Contrapondo-se a Kierkegaard, Jean Paul Sartre, socialista existencialista apresenta a distinção do saber intelectual e do conhecimento as particularidades da inteligência, gêneros e a universalidade das espécies.