UMA HISTÓRIA DE EQM (EXPERIÊNCIA DE QUASE MORTE)

UMA HISTÓRIA DE EQM (EXPERIÊNCIA DE QUASE MORTE)

Era tarde dum domingo, em casa de sua irmã, estavam presentes, além da irmã, o cunhado e um casal de amigos de suas infâncias. Falavam do passado, quando relataram sobre vários conhecidos, alguns de muita idade, outros ainda jovens, que haviam morrido. A irmã e a amiga ficaram lamentando a perda, irreversível, dos velhos conhecidos quando ele chamou a atenção para si e falou, com certa convicção: e daí se eles morreram? Todo mundo vai ter a sua “vez”! Temos é que estar preparados pra isso. E emendou: se eu tiver que morrer hoje mesmo, pode vir que eu estou preparado! Todos mudaram de assunto, instantaneamente! Ele levantou-se e foi para sua casa, afinal já era quase noite.

Às onze horas da noite, em sua casa, sozinho em sua cama, debruçado, em sono de vigília, pensava no que havia falado naquela tarde. Sentiu uma energia estranha, inexplicável, aproximar-se do alto a tomar-lhe o corpo a partir das costas e lhe colocar em tremores convulsivos. Ao mesmo tempo, sentiu umas vozes, igualmente estranhas, vindas não sabe de qual direção a comunicar-lhe que era chegada a sua “vez”!

Passou a ver-se na cama, a estremecer-se, do alto do teto. Tinha se transformado em dois, um na cama em estado de convulsão, e outro no teto, livre, leve e solto. Tinha plena consciência de sua dualidade.

Foi invadido por lembranças de todas as pessoas queridas, parentes e, principalmente, sua mãe e irmã. Viu-se a percorrer um longo e estreito túnel, como se fosse um fantasma e, à medida que ia passando pelo túnel, ia vendo flashes de sua vida, como se fosse uma retrospectiva dela. Viu-se às dez horas do dia seguinte na cama, morbidamente gélido, e um casal de amigos, alegremente, chamando-lhe do portão. Uma vizinha do lado apresentou-se do portão da sua casa e comunicou- lhes que ele havia morrido. Perguntada como tinha se dado tudo, disse que encontraram-no morto. Provavelmente de infarto fulminante; e que já tinham levado o corpo. Viu também os seus parentes, no seu velório, chorarem a sua morte.

Neste momento, no túnel, mais adiante, avistou uma claridade. Parou de repente e concluiu de que ali seria o fim do túnel, o fim da sua vida na terra. Agarrou com todas as suas forças na fé que tinha em Deus e declarou que tudo aquilo não era a sua vontade, que não pediu por aquilo e que não devia ser a vontade de Deus também.

Estatelou-se na cama sobre o seu corpo frio e agonizante e foi acordando aos poucos, assustado e confuso, desorientado e com medo. Rezou e agradeceu a Deus pela oportunidade da VIDA.

Valdemi Teixeira

Valdemi Teixeira
Enviado por Valdemi Teixeira em 23/04/2013
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