O MONSTRINHO
 
Todos os dias tudo igual. Apanhava o ônibus com destino a faculdade sempre na mesma parada e no mesmo horário certa de que iria encontrá-lo já dentro do ônibus.
Aquele desconhecido a atraia e não sabia porque. Era Magro, alto, branquelo, seus braços finos quando esticados permitiam que suas enormes mãos alcançassem os joelhos, ombros relaxados, nas bochechas raros pêlos e por todo rosto manchas provenientes com certeza de antigas acnes  mal cicatrizadas. Era um rapaz demasiadamente feio.
Foi paixão a primeira vista. Apaixonou-se pelo desconhecido e não  entendia porque ele insistia em não notá-la.  Durante todos os trajetos diários o observava e nada acontecia, nem ao menos um simples olhar.
Pensou que pudesse chamar sua atenção facilmente com sua beleza e requite, mas se enganou.
Sentiu-se sem graça e pensou em desistir, mas o desejo   e a curiosidade era grande e decidiu tentar conquistá-lo. Pensou que talvez fosse timidez e resolveu tomar a iniciativa.
Foram vários dias de ensaio a procura da melhor maneira de aproximar-se e finalmente sorrateira se aproximou. Perguntou-lhe pra onde ia todos os dias no mesmo horário e ele simplesmente respondeu que ia trabalhar e sem mais nenhuma palavra virou-lhe as costas.
Ficou tão desanimada com a indiferença do feio que evitou apanhar novamente o ônibus naquele horário, assim desistindo do monstrinho.



 
Jorgely Alves Feitosa
Enviado por Jorgely Alves Feitosa em 22/04/2013
Reeditado em 19/10/2018
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