On the turning away
Havia ali nas montanhas rochosas da península altaneira uma vila de homens que sonhavam uma vida diferente. E como sonhavam...
Todas as manhãs haviam os que acordavam pela manhã, acreditando nos bons presságios de um futuro próspero vindouro. E, muito porém, haviam aqueles que nada queriam com sua indolência procrastinadora.
O fato é todos ali teriam de conviver com a triste realidade de não haver moradia sendo assim, propriedade particular, pois o governo não assegurava o bem se tem como um direito de cada um, cabendo ser justo tomar para sí uma propriedade de mal usufruto, qualquer um que julgasse necessitado da mesma.
Uma terra de injustiça? Talvez... Mas ali, quem cochilasse além da conta, pagaria caro num futuro muito breve, o que era péssimo aos hábitos enraizados de alguns e muito proveitoso para os que cultivavam as virtudes da coragem e perseverança, e iam à luta mais cedo.
Muito precisamente, os Gobevars sabiam de sua missão matutina: acordavam as 6:00 da manhã em ponto, traçavam as tarefas para o dia, tomariam um belo café da manhã: enquanto houvesse sol, estariam em missão! Aquém, muito além daquilo tudo estava os Poormarocs ao acreditar na sua superiodade, sempre deixavam para depois o que não poderiam cumprir, pois sabe-se que não há como fazer no horários das 10:30, o que acontece exatamente as 7:00. Ou seja, não conheciam o velho ditado de que "cavalo arriado só passa uma vez", e desperdiçavam as oportunidades que latejavam desde o raiar do dia.
Então, muito corajosos, os Poormarocs já estavam armados até os dentes, com insultos, maldições e muito mal humorados, como haviam de ser; Isso, entretanto, pouco adiantava, já que muitas vezes eram obrigados - por lei da floresta pedregosa - ceder a própria moradia, pois passavam além da conta do sono da beleza ficando até às horas de sol a pino, quando já era insuportável o calor até mesmo para quem dormia. Diga-se de passagem, é sabido que era proibido o uso de ar condicionado ali.
Moral da história: Deus ajuda quem cedo madruga.
Gobevars saíam à frente , produziam, se sentiam úteis, e aproveitavam o ócio criativo para realizar muito mais coisas no final de um dia do que os Poormarocs jamais haveriam de imaginar - imersos em seus sonhos de algodão doce.