A saudade de um tempo que ficou presente - In contos d'minutos
Era eu já novo de ingenuidade, de timidez e, ao certo era que mulheres, meninas atraiam-me. Oh, quantas belezas a desfilarem ante meus olhos quase a se esconder, desejando sempre o toque de um olhar. Se me olhavam, meu olhar se perdia em outra direção.
Vezes que distante, a coragem avançava sobre mim, sobrepujava minha timidez e lá ia eu mancando de vontade, porém destemido que sempre.
Pensava eu : " É agora. Vou dançar em um ombro suave, cheiroso, feminino que todo ".
Realizava-se o momento, presente do tempo no espaço da música, feito um segundo que passou. O gosto, porém, do pólen daquele ombro era obra de outros sonhos, outras vontades, outros sorrisos e olhares de meninas feito eu no desejo, pois que pequeno no doce viver.
Nada esqueço dos dançares; dos olhares; dos ombros a me apoiarem feito anjos meigos celestes prometendo o paraíso. De instantes de um
século atrás era eu feliz.
De tudo isso um sonho vivo que o vento assopra para trás, no distante, lá no passado.
Ah, saudades, não a posso mais viver, nem esquecer. Eis o peso da Saudade.