Tá ruim, mas tá bom!?!?
Em um bairro vizinho ao meu, algo interessante acontece. Lá existe uma lagoa de pequeno porte. Na verdade, trata-se de um lago pouco extenso. Fato é que, no Brasil, é corrente chamar lagoa a qualquer lago.
Alguns nômades, comumente chamados de ciganos, que possuem vida incerta e não têm residência fixa, constatemente acampam-se próximo daquelas águas.
Todos os anos, à epoca das cheias, o nível da lagoa sobe bastante, e as águas superam os seus limites.
Por ali passa uma rua pavimentada, responsável por fazer a ligação de bairros; e devido a subida do nível da lagoa, o tráfego fica impraticável naquela via, na faixa de aproximadamente sessenta metros, a qual fica submersa, havendo pontos da pista em que a água chega a atingir quase um metro.
Em decorrência disso, alguns usuários do logradouro são prejudicados, principalmente aqueles que pouco uso fazem do mesmo, pois, a maioria é surpreendida por uma grande piscina, formada em plena pista de rolamento. É impossível imaginar o que se passa na cabeça de um motorista ou motociclista que por ali passa pela primeira vez, deparando-se com algo desta natureza.
Por outro lado, o que observamos ali, na temporada de chuvas, são famílias e mais famílias se divertindo no asfalto, fazendo uso do grande piscinão em que a pista se transforma, totalmente indiferentes com a qualidade daquelas águas. O que eles querem é se divertir!
Pescadores também não faltam...
Os grandes postes de cimento, que eram utilizados para a distribuíção de energia elétrica, agora servem como trampolim para os nadadores que se aventuram a dar um mergulho. Ainda bem que a companhia responsável pelo fornecimento de energia promoveu a retirada dos fios, hein!
Há, também, quem se aproveite da situação para lavar seus automóveis, motocicletas, roupas, etc., utilizando produtos químicos diversos para isso, não levando em conta a estagnação daquelas águas.
Em um passado não muito remoto, eu e meus familiares pudemos constatar a existência de um cão, em adiantado estado de putrefação, boiando na referida lagoa.
Ah! Já ia me esquecendo: A orla da lagoa possui um aspecto variado. Grande parte dela é habitada. Há várias casas edificadas no seu entorno. Existe uma extensão significativa de área verde, muito bonita.
O trecho é bastante pedregoso. É possível, até de longe, avistar alguns degraus longos na pedreira, simetricamente dispostos, o que denota a ação de exploração industrial (britagem) exercida pelo ser humano, naquele lugar. Ao que parece, não há mais exploração naquela região, a menos que seja mínima, pois, caso haja, é bem discreta e, praticamente, imperceptível pelos moradores.
Acredita-se que os fatos observados acima são consequências da exploração industrial no local. Antes, segundo consta, não era assim (Digo isto, por ouvir dizer). Agora, todos os anos, à epoca das cheias, o fato se repete. O nível da lagoa sobe bastante. É provável que a ação do homem ali, tenha inutilizado o desaguadouro natural, impedindo o escoamento das águas.
O que posso afirmar, e nada mais, é que já presenciei esta situação por várias vezes nos últimos anos, não sendo tomada nenhuma ação efetiva pelos nossos governantes.
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Ps.: Apenas um desabafo...