Anselmo não entendia o que estava lhe acontecendo, suava frio e sentia uma dor lacinante no peito, estava sozinho no escritório, em sua residência, todos haviam saído, ele quisera ficar em casa porque tivera que  ler e assinar alguns documentos e tomar algumas providências para iniciar a semana organizado quanto a algumas decisões, mas, de repente... ..... Estava descontrolado e preocupado com o que sentia, Anselmo foi até a área dos fundos da casa, em busca de um dos empregados que não estivesse de folga, e encontrou  Pedro;   - Graças a Deus,  você está aí Pedro! Estou me sentindo muito mal e preciso que você me acompanhe a um hospital, ou, clínica. - O empregado de um salto pulou da cadeira na qual sentava-se e, vestindo uma camisa, pegou o patrão pelo braço, pois este parecia querer desmaiar, e levou-o para dentro da casa, indo imediatamente buscar o carro
                       Pedro quando chegou em casa encontrou a patroa Dnª Lydia e lhe contou o ocorrido o que a deixou alarmada querendo ir  ao hospital, ao que Pedro  informou: - Seu Anselmo está  internado no CTI, não precisa de companhia, por enquanto e nem pode  ser visitado hoje e amanhã. Mas, Lídia insistiu em ir ao hospital e lá chegando tentou a todo custo remover o marido dali, pois não achava o hospital suficientemente bom para seu marido mas não foi possível. Nem falar com o médico então Lydia foi para casa contrariada por não ter conseguido saber mais sobre o problema de Anselmo. Lydia dormiu mal e no dia seguinte deu as costumeiras orientações aos empregados e foi para o hospital, não sem antes informar aos filhos do estado do pai, Lydia e Anselmo, casados há 25 anos tinham dois filhos adotivos, Alberto e Luíza aos quais Anselmo amava com devoção, já Lydia era  bem fria e distante dos filhos. Lydia seguiu para o hospital para procurar o tal do Dr. Gustavo. que recebeu o paciente e deu o diagnóstico para ele. Sentada na recepção, Lydia aguardava o médico que fazia visitas aos quartos. Lydia ficou admirada olhando atraente o rapaz, chegou à recepção e não ouviu quando a enfermeira chamando-o disse: Dr. Gustavo, esta senhora o espera já há algum tempo. – O rapaz  virou-se e aproximando-se de Lydia que olhava-o e parecia não vê-lo, falou:-    Pois não, em que posso servi-la ? Voltando a si, a mulher olhou para o médico e pálida como se tivesse levado um grande susto, devagar respondeu: eu vim saber do estado de saúde de Anselmo Dias Barreto.O jovem médico explicou que Anselmo tivera um grave enfarto e precisaria ficar no hospital por tempo indeterminado. Lydia arrogantemente disse: - quero transferi-lo desse hospital pobre e sem recursos, ao que o médico respondeu secamente: - eu sou o médico do seu marido e não autorizo a transferência dele pois há risco de óbito. Lydia, quanto mais olhava para o Dr. Gustavo, mais voltava ao passado e ouvia aquela voz arrogante: -Ora Lídia, não me venha com essa! Você não é nenhuma inocente. Fizemos tudo de comum acordo, eu não lhe forcei a nada” ;  e ela assumiu o erro que cometera e que tinha lhe deixado grávida  O médico perguntou-lhe se precisava de mais algum esclarecimento e friamente despediu-se. Lydia pensou, - a mesma arrogância, eu não posso acreditar que estou vendo isso outra vez,- e voltou para casa pensativa e por toda a noite recordou o passado, abrindo feridas e sofrendo com as lembranças. -   Tivera o bebê, que não quis nem olhar e que foi imediatamente entregue a uma pessoa que o criaria ou, daria para alguém criar, a jovem mãe não sentiu remorsos, e sim um grande alívio em ter se livrado daquele fardo que a incomodava e a impedia de viver plenamente sua juventude.  Levantando-se bruscamente da cadeira, Lídia perguntou-se: ”Que está havendo comigo ? Que idiotice é esta?  Por que lembrar o que me faz mal, algo que odeio e do qual já havia esquecido?” Tomou um comprimido e tentou dormir novamente.  Após um mês internado, Anselmo saiu do hospital levando consigo duas pontes de safena e a gratidão a Dr. Gustavo a quem admirava e respeitava. e estava tão grato ao Dr. Gustavo, que o operara tão bem, que insistia que o rapaz o visitasse.   Lídia não gostava muito da idéia, mas para não contrariar o marido e não ter que explicar o porquê desta sua aversão ao rapaz, ficava calada.  Finalmente, após tanta insistência, Gustavo resolveu aceitar visitar seu paciente.        Anselmo aproveitando o ensejo, convida-o para um jantar em sua casa no qual faz questão da presença dos dois filhos. A conversa corria informal quando Lydia resolveu perguntar pela mãe de Gustavo e ele respondeu francamente: - o anjo abençoado que me que  criou, voltou para o céu : - A mulher que me deu a vida, era uma jovem fútil, imatura e inconsequente, apaixonara-se por um rapaz igualmente fútil e imaturo, segundo a empregada, ele era judeu.  A família não permitiu o casamento, então, foi estabelecido que eu nasceria, mas para não  evidenciar os erros da filha,  os pais da jovem, protegeram seu futuro e, me deram, sem saber, a oportunidade do futuro bem melhor que eu teria, ao lado de pessoas tão compromissadas com o amor e com a honestidade, eu fui criado com amor e fui muito feliz.  Lydia estava pálida, suava frio e sentia uma estranha sensação de que iria desmaiar, olhava para Gustavo e via estampado em seu rosto a fisionomia de Marcus, e as palavras...jovem fútil, inconsequente e imatura, fez-lhe sentir a sua falta de sensibilidade e irresponsabilidade na época, sentiu uma tontura e desmaiou.Quando acordou ao seu lado estava Gustavo cuidando dela,: - Lydia pensou, meu filho, este é meu filho que agora cuida de mim apesar de eu não ter cuidado dele.

 
Szzamira
Enviado por Szzamira em 12/04/2013
Reeditado em 12/04/2013
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