Boteco do Laís
A sua poesia tem cheiro de guardanapo de pano,
Dobrado e branco,
Seis da tarde.
Tardes demais.
Fome suada,
Quadriculada de bolinhos e ovos.
Palavras adiantadas,
Vida precoce,
Falando alto e rindo baixinho.
A sua poesia parece um guri sentado e pequeno,
Conversando ligeiro,
Com medo de ser calado.
Gozado,
Empurrado entre as pedras,
que na parede mostravam
A Pátria Perdida.