Boteco do Laís

A sua poesia tem cheiro de guardanapo de pano,

Dobrado e branco,

Seis da tarde.

Tardes demais.

Fome suada,

Quadriculada de bolinhos e ovos.

Palavras adiantadas,

Vida precoce,

Falando alto e rindo baixinho.

A sua poesia parece um guri sentado e pequeno,

Conversando ligeiro,

Com medo de ser calado.

Gozado,

Empurrado entre as pedras,

que na parede mostravam

A Pátria Perdida.

Marise Cardoso Lomba
Enviado por Marise Cardoso Lomba em 23/03/2007
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