O negro, o gay e o hétero
No final da tarde, quando todos os amigos se reúnem no barzinho para tomar a saideira de depois do expediente e afagar o calor escaldante do dia, três amigos se encontram em uma mesa:
- Fala Feliciano. – Cumprimenta Rassan assim que chega. – Cadê o Carlito?
- Foi pegar três chopes. Como foi o trabalho hoje?
- Pô cara, nem me fala, um baita de um saco. Acho que a chefe tava de TPM hoje. E o teu?
Antes que Feliciano pudesse responder aparece Carlito:
- Chopinho saindo. – Ele senta. – Cara eu juro que aquele barman não me atende direito só porque eu sou negro.
- Qual é Carlito, vai começar de novo com esse papo de preconceito cara. – Feliciano corta o amigo. – Cara, você nem sabe o que é preconceito.
Rassan entrou no assunto:
- Na verdade nenhum de vocês sabe o que é preconceito.
- Como não cara? Eu sou gay e o Carlito é negro.
- Prefiro que me chamem de afro-descendente. – Carlito fala e completa. – Mas você tem razão, nos somos muito descriminados. Vocês gays são perseguidos...
- Eu sou gay com muito orgulho. – Feliciano completa. – Acho que ninguém tem nada que ver com minha escolha sexual.
- Eu concordo com vocês, mas nem todas as pessoas são preconceituosas, vocês são meio paranóicos, eu sou hétero e não to nem ai para fato de você ser gay.
- Você não liga para o fato de eu ser gay?
- Claro que não.
- Não esperava isso de você. – Falou Feliciano. – Poxa vida você é homofóbico.
- Eu? – Rassan perguntou assustado. – Da onde você tirou isso cara? Você ta louco? Isso não é normal, você precisa se tratar cara.
- Porra, tu acha que minha sexualidade é anormal que eu preciso de tratamento? Cara eu não sabia que você era tão preconceituoso e homofobico.
- Calma gente. – Falou Carlito. – Vocês se estressam por pouca coisa, deviam deixar estas coisas pra lá, se não nossa amizade vai acabar aqui.
- Por mim tudo bem. – Fala Rassan. – Eu não fiz nada.
- Vocês homofóbicos nunca fazem nada. – Feliciano levanta. – Cara eu já falei alguma vez do teu problema, eu já falei alguma vez do teu problema?
- Que problema? – Rassan pergunta e também levanta – Eu não tenho problema nenhum?
- Como não cara? Você é árabe, você visita aquelas sinagogas e eu nunca falei nada.
- O que tem ele visitar as sinagogas? - Quis saber Carlito. – Do que você ta falando cara?
- Esses malucos das arábias são todos loucos por explodi coisas, por matar gente.
- Você é louco. Eu vou me embora antes que eu tenha que te dar umas pancadas.
- Agora você esta me ameaçando porque eu sou gay. Porra vocês árabes são muito radicais mesmo. Tu é um homofóbico.
Rassan morde os lábios e sai. Feliciano senta novamente e olha para Carlito.
- Dá para acreditar nesse cara? Ele parecia tão legal.
- Acho que você exagerou Feliciano.
- Exagerei porque?
- Não precisava dar piti, o cara nem falou nada por você gostar de outros homens.
- Você também tem algum problema em eu ser gay?
- Eu não. Só estou dizendo que você exagerou.
- Você ta falando isso só porque eu sou gay. Se eu fosse hetéro eu podia expressar a minha opinião, mas como sou gay tenho que ficar na minha né. Vocês são todos muito preconceituosos.
- Nada a ver cara. – Carlito levanta. – Mas não da para conversar com você; eu vou nessa.
- Não da para conversar comigo? Sério? Claro que não né, você é hétero, não pode conversar com gay, pega mal né? Você é um baita homofóbico.
- Cara na moral, se você continuar assim tu vai ser internado ainda.
- Vai se ferrar! Claro que você tem que ser homofóbico, preconceituoso, mas também o que esperar de um negrinho de favela.
Carlito olha para ele com cara de raiva e depois sai do bar. Feliciano fica sentado na mesa:
- Que droga, todos os meus amigos são preconceituosos e homofóbicos, minha vida é uma batalha diária contra o preconceito.
- Fala Feliciano. – Cumprimenta Rassan assim que chega. – Cadê o Carlito?
- Foi pegar três chopes. Como foi o trabalho hoje?
- Pô cara, nem me fala, um baita de um saco. Acho que a chefe tava de TPM hoje. E o teu?
Antes que Feliciano pudesse responder aparece Carlito:
- Chopinho saindo. – Ele senta. – Cara eu juro que aquele barman não me atende direito só porque eu sou negro.
- Qual é Carlito, vai começar de novo com esse papo de preconceito cara. – Feliciano corta o amigo. – Cara, você nem sabe o que é preconceito.
Rassan entrou no assunto:
- Na verdade nenhum de vocês sabe o que é preconceito.
- Como não cara? Eu sou gay e o Carlito é negro.
- Prefiro que me chamem de afro-descendente. – Carlito fala e completa. – Mas você tem razão, nos somos muito descriminados. Vocês gays são perseguidos...
- Eu sou gay com muito orgulho. – Feliciano completa. – Acho que ninguém tem nada que ver com minha escolha sexual.
- Eu concordo com vocês, mas nem todas as pessoas são preconceituosas, vocês são meio paranóicos, eu sou hétero e não to nem ai para fato de você ser gay.
- Você não liga para o fato de eu ser gay?
- Claro que não.
- Não esperava isso de você. – Falou Feliciano. – Poxa vida você é homofóbico.
- Eu? – Rassan perguntou assustado. – Da onde você tirou isso cara? Você ta louco? Isso não é normal, você precisa se tratar cara.
- Porra, tu acha que minha sexualidade é anormal que eu preciso de tratamento? Cara eu não sabia que você era tão preconceituoso e homofobico.
- Calma gente. – Falou Carlito. – Vocês se estressam por pouca coisa, deviam deixar estas coisas pra lá, se não nossa amizade vai acabar aqui.
- Por mim tudo bem. – Fala Rassan. – Eu não fiz nada.
- Vocês homofóbicos nunca fazem nada. – Feliciano levanta. – Cara eu já falei alguma vez do teu problema, eu já falei alguma vez do teu problema?
- Que problema? – Rassan pergunta e também levanta – Eu não tenho problema nenhum?
- Como não cara? Você é árabe, você visita aquelas sinagogas e eu nunca falei nada.
- O que tem ele visitar as sinagogas? - Quis saber Carlito. – Do que você ta falando cara?
- Esses malucos das arábias são todos loucos por explodi coisas, por matar gente.
- Você é louco. Eu vou me embora antes que eu tenha que te dar umas pancadas.
- Agora você esta me ameaçando porque eu sou gay. Porra vocês árabes são muito radicais mesmo. Tu é um homofóbico.
Rassan morde os lábios e sai. Feliciano senta novamente e olha para Carlito.
- Dá para acreditar nesse cara? Ele parecia tão legal.
- Acho que você exagerou Feliciano.
- Exagerei porque?
- Não precisava dar piti, o cara nem falou nada por você gostar de outros homens.
- Você também tem algum problema em eu ser gay?
- Eu não. Só estou dizendo que você exagerou.
- Você ta falando isso só porque eu sou gay. Se eu fosse hetéro eu podia expressar a minha opinião, mas como sou gay tenho que ficar na minha né. Vocês são todos muito preconceituosos.
- Nada a ver cara. – Carlito levanta. – Mas não da para conversar com você; eu vou nessa.
- Não da para conversar comigo? Sério? Claro que não né, você é hétero, não pode conversar com gay, pega mal né? Você é um baita homofóbico.
- Cara na moral, se você continuar assim tu vai ser internado ainda.
- Vai se ferrar! Claro que você tem que ser homofóbico, preconceituoso, mas também o que esperar de um negrinho de favela.
Carlito olha para ele com cara de raiva e depois sai do bar. Feliciano fica sentado na mesa:
- Que droga, todos os meus amigos são preconceituosos e homofóbicos, minha vida é uma batalha diária contra o preconceito.