Andando por ruas desertas

Caminhando por ruas desertas. No tranquilo silêncio da noite. Fatigado, cansado... Vejo uma luz, ofuscante. Era só um carro passando...

Nesse momento, uma mulher sai lentamente de uma rua. Pede-me socorro. Nervoso, penso “O que faço eu? Nego ajuda a uma mulher? Ou corro riscos?”. Corri riscos...

Nervosamente, ela me fala - por vezes de forma desencontrada - de como saiu do ônibus, ao ser assustada por alguém drogado. Pede proteção, alguém para levá-la até em casa. Estranha história. Entretanto, por que imaginar o pior de uma pessoa a qual conheci havia 3 minutos?

Demoradamente, ela começa a organizar suas coisas. Eram muitas. O meu medo de ser assaltado se esvai, dando lugar à sensação de estar sendo enganado para carregar sacolas... “Depois de treinar braços, um treino a mais para o início da noite...” tento me convencer (imagino que nem precise dizer que não deu certo).

Ofereço-me para segurar uma sacola... grande e pesada sacola. Ao chegarmos perto do apartamento, ela mexe na bolsa. Furtivamente, olho para ela, a procura de algo, qualquer coisa. Imagino cenas de como atacá-la. Mas da bolsa, ela tira apenas chaves, abre a porta, agradece, e vai embora, rumo ao seu lar.

OtavioZ
Enviado por OtavioZ em 29/03/2013
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