ATÉ QUANDO?
“Está Morta”. Foi a frase do médico no décimo hospital que Aparício procurou atendimento para a esposa Sandra, depois que ela se queixou de dores no peito, na tarde daquele dia. Nos outros nove, não conseguiu nem falar.
Em cada tentativa, constatou a piora do quadro dela. Dores, falta de ar, dormência nos membros, inconsciência e agora, morte, depois que um médico saiu do consultório e veio até a portaria “ver o motivo da gritaria”.
“E agora?” Aparício não sabia responder. “O que vou dizer para os meninos?” também não.
De súbito, olhou para a cantina onde uma televisão veiculava um spot que dizia: “Brasil, um país de todos”.
Será?