JACU DA CIDADE - Bicho-de-pé

Esta vida é engraçada, e nos causa surpresas no dia a dia, digo isso em razão de que, vivi uns tempos na capital de São Paulo, uns tempos também no litoral paulista, Gonzaga (Santos) e Cidade Ocian.

Um belo dia estava na praia, vi uma pessoa muito parecida com a minha tia Venância e fui conversar com ela, mas me enganei não era a pessoa que pensava.

Essa pessoa me fez imaginar que eu estava em Porto Ferreira, e na verdade estava na praia, bem próximo da estatua de Iemanjá, foi numa sexta feira santa, antecedendo o sábado de Aleluia.

Resumindo, vendi o apartamento à beira da praia, e resolvi viajar para Porto Ferreira, fato esse que conversei com meu avô Zeca Bem, que estava nos meus planos ir morar na cidade de nascimento.

Ele dizia: “si nóis viemus pra Sun Paolo, porque lá no Porto não tinha emprego, agora você quer morar lá?”. Respondi pra ele que ia sim, mesmo sem saber as condições de emprego!

E assim foi, dia 17 de dezembro de 1983, estava eu chegando a Porto Ferreira, de mala e cuia, com objetivo de fixar residência.

Morei numa pequena casa de fundos, pagando aluguel, e seis meses depois comprei um terreno (chácara), daí virei “caboclo”.

Comprei uma carroça prontinha pra trabalhar, fazendo carretos pela cidade, criando galinhas, patos, e suínos, e aos poucos fui fazendo uma horta, as mudas eu conseguia junto ao primo “Toninho e Carmem Mendonça”, que tinha uma bela horta em frente do “Parque Ecológico Henriqueta Libertucci”, na época esta avenida não tinha asfalto, e nem exista tal parque, 1984.

Na época não tinha condições de ligar energia elétrica, e o primo “Toninho Mendonça”, me emprestou uma pequena lamparina, depois arrumei um lampião, comprava óleo diesel usado, e dentro de casa era aquela fumaceira, pelo menos clareava um pouco, e espantava os pernilongos.

Após fazer uns carretos pela cidade, transportando velhas geladeiras, fogões, e telhas, chegava a casa, soltava a égua por nome de “Boneca”, ela ia para o pasto e só voltava lá pelas 16 horas, louca pra comer e beber água, e ia também tratar da cachorrinha como o mesmo nome da égua “boneca”. Cachorrinha essa que ganhei do primo violeiro e compositor “Zé Tangerina”.

Andava descalço, saboreando laranjas que estavam maduras, tais como, sanguínea e algumas bergamotas.

Certo dia senti uma coceira infernal na sola do pé direito, dias depois inflamou, não sabia o porquê, a solução foi ir até o Pronto Socorro, e no momento que fui atendido, o médico exclamou: “trabalho ao bom tempo na medicina, mas não conhecia o tão famoso bicho-de-pé”, por incrível que possa parecer até hoje eu tenho a marca na sola.

O Tunga penetrans, mais conhecido como bicho-de-pé, é um inseto sifonáptero (Tunga penetrans) da família dos tungídeos, de presumida origem sul-americana, relativamente comum nas zonas rurais. É o agente causador da tungíase: a fêmea fecundada penetra na pele do homem ou de outros animais, causando forte coceira e ulceração que pode servir como porta para infecções de agentes patogênicos como o Clostridium tetani, wikipedia

Tangerynus
Enviado por Tangerynus em 23/03/2013
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